O Serum, o maior fabricante de vacinas do mundo, foi seleccionado em 2020 como o principal fornecedor de fármacos contra a COVID-19 para a Covax, a iniciativa apoiada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) que tem como objectivo assegurar uma distribuição global equitativa. Contudo, a empresa tem enfrentado alguns desafios, nomeadamente a proibição das exportações e ainda um incêndio numa fábrica, que prejudicou a capacidade de responder aos pedidos, de acordo com o Jornal de Negócios.

A Covax comprometeu-se a enviar vacinas para cerca de 92 países, mas até agora recebeu apenas 30 milhões do mínimo de 200 milhões de doses que encomendou ao Serum, que deveria fornecer a maior parte do stock inicial.

Outros fabricantes também registaram alguns contratempos para cumprir os prazos ou aumentar a produção de vacinas contra a COVID-19, mas as deficiências do Serum mostram-se preocupantes porque a Covax e os países emergentes dependiam muito do fornecimento da empresa. A empresa não exporta nenhuma dose desde Abril, quando o governo indiano proibiu as exportações de vacinas durante a segunda onde de COVID-19 no país, mas antes disso já tinham ocorrido outros problemas.

O ano passado, o CEO da Serum, Adar Poonawalla, prometeu que iriam produzir 400 milhões de doses do imunizante da AstraZeneca para países de baixos e médios rendimentos até ao final de 2020. Em Janeiro de 2021 afirmou ter fabricado apenas 70 milhões de doses porque a empresa não tinha a certeza de quando uma licença da Índia e não havia espaço de armazenamento suficiente.

Vários países que firmaram contratos com o Serum apressam-se agora para encontrar novos fornecedores.

Seth Berkley, da aliança de vacinas Gavi que tem trabalhado com a Covax e ajudado a financiar os pedidos, explica que a decisão de escolher o Serum como grande fornecedor da Covax “foi baseada, em grande parte, na capacidade de produção em massa da empresa, capacidade de entrega a baixo custo e o facto de que a sua vacina foi uma das primeiras a entrar na lista de uso de emergência da OMS”. Contudo, refere que a capacidade de produção do Serum está a expandir-se, mas não fez com que muitos países em desenvolvimento procurassem novas fontes de vacinas.