Em Berlim, a empresa pública de transporte BVG está a testar combóios urbanos (metro e combóio) como possível forma de transportar mercadorias e assim diminuir alguns conflitos entre o tráfego habitual da cidade e os veículos de entregas.

Os parceiros do projecto realizaram recentemente um primeiro teste em Siegfriedstraße, Lichtenberg, antes de pensar num projecto-piloto já mais abrangente. Na experiência levada a cabo recentemente, uma bicicleta de carga da Onomotion transportou o contentor de entrega. Nessa altura, a “caixa”, com 2 m x 1,7 m, foi empurrada na plataforma do combóio para dentro de uma carruagem utilizando para o efeito uma rampa.

“O contentor foi preso com tiras na área polivalente, onde carrinhos de bebé ou cadeiras de rodas costumam ficar”, disse o responsável da BVG, Rico Gast. “Então, o comboio deu algumas voltas na estação.”

Gast ficou impressionado e o seu parceiro no teste, Beres Seelbach, fundador e responsável da Onomotion, uma fabricante de bicicletas eléctricas de carga e contentores, com sede em Treptow.
A Onomotion já vendeu cerca de 50 das bicicletas de carga de três rodas, que são montadas num fornecedor em Garching, Baviera.

O operador logístico Hermes, do Grupo Otto, é o maior cliente da start-up em Berlim. Mas Berlim não é a única a olhar para o metro e/ou comboio de passageiros como possíveis veículos para entregas.
Também Frankfurt já testou colocar carga num comboio que vai da periferia da cidade até ao centro. Os parceiros incluem a Universidade de Ciências Aplicadas de Frankfurt e a Porsche Consulting. Mas Frankfurt não se limitou a carregar um contentor e já estão mesmo a pensar converter um comboio da Siemens/Duewag Tipo R num veículo exclusivamente de mercadorias. “Podem caber até 23 contentores”, frisou Seelbach.

A BVG, por seu turno, está mais inclinada para um uso misto do meio de transporte. Os contentores seriam transportados para os comboios como parte das suas rotas normais.

Perante os desafios crescentes colocados pela última milha, a logística vai procurando novas soluções, de preferência ecologicamente sustentáveis mas que também contemplem a rapidez de entrega e a satisfação do cliente. Fiquemos atentos aos próximos capítulos.