Nesta Páscoa as cadeias de supermercado voltaram a apostar na produção nacional. Comprou-se mais borrego, queijo, amêndoas de chocolate a fornecedores nacionais e aumentou-se o número de produtores, de acordo com o Dinheiro Vivo.

Há um ano muitos produtores de carne de borrego, cabrito e queijo viram-se a braços com muito produto sem canais de escoamento, devido ao encerramento de cafés, restaurantes e pequenas feiras regionais. A grande distribuição respondeu ao apelo do Ministério da Agricultura para colocar estes produtos nas prateleiras dos supermercados. Em 2020, a maioria das cadeias reforçou as compras nacionais e este ano a história repete-se.

A fonte oficial da Sonae MC afirma ao Dinheiro Vivo que “para esta Páscoa, em termos de produtos estrela – ou seja, os mais típicos e procurados pelos clientes – o Continente está a trabalhar única e exclusivamente com fornecedores nacionais”.

Por sua vez, o Lidl partilha o mesmo compromisso: o apoio à produção nacional. “Desde o início da pandemia estamos ainda mais atentos e conscientes da importância dos nossos compromissos perante um contexto adverso, tendo vindo a adoptar diversas medidas para reforçarmos o nosso apoio”, refere Alexandra Borges, diretora geral de compras do Lidl Portugal. Esta Páscoa, este compromisso resultou num aumento de 20% do número de artigos nacionais oferecidos pela marca própria da cadeia, a gama Deluxe. “Aumentámos a compra de queijos, bacalhau, pá e perna de borrego nacionais. Na charcutaria nacional Deluxe, por exemplo, quadruplicámos as encomendas”, destaca.

Relativamente a doces nacionais típicos da época, como pão-de-ló tradicional húmido, folar de gila e folar da Páscoa com ovo, delícia de creme e canela, bola de carne e folar de chocolate, as quantidades estão em linha com o ano passado, segundo Alexandra Borges. Na gama Favorina “todas as amêndoas com chocolate são de fornecedores portugueses representando quase metade da oferta nesta gama”.

Na Gama Deluxe, em relação a produtos típicos da época “começámos a trabalhar com três novos produtores nacionais na categoria de queijos, um novo na categoria de charcutaria e um novo em peixes e mariscos”, refere a directora de compras, acrescentando que “estamos neste momento na reta final de toda a preparação necessária e em breve teremos novidades de quantos fornecedores nacionais irão integrar o sortido, reforçando mais uma vez, o nosso compromisso no apoio à produção nacional”.

Já o Pingo Doce não só reforçou o volume de compras de borrego, amêndoas e queijo, como também o número de fornecedores, “no queijo de ovelha, aumentámos as compras a produtores nacionais e temos mais oito produtores nacionais a trabalhar connosco. Nas amêndoas, crescemos fortemente nas compras a fornecedores nacionais e adicionamos à nossa lista sete novos fornecedores portugueses”, afirma a fonte oficial da cadeia.

Em relação ao folar e ao pão-de-ló, a insígnia da Jerónimo Martins regista um crescimento mantendo “o mesmo nível de compras a fornecedores nacionais iguais aos valores antes da pandemia, apesar das restrições que ainda se mantêm”, refere.

Por sua vez, a Auchan comprou a produtores nacionais o borrego para a campanha da Páscoa, bem como a quantidade de cabrito nacional disponível, segundo a fonte oficial da empresa. Na carne ovina e caprina, a cadeia francesa trabalha directamente com a produção “os produtores a quem compramos regularmente têm, por norma, no canal Horeca, uma alternativa com a qual este ano não puderam contar, encontrando-se alguns deles, como os produtores de raças autóctones, em situação de dificuldade de escoamento de stock. Assim, no sentido de corresponder às suas solicitações, reforçámos as parcerias com estes produtores de modo a escoar a mercadoria que o canal Horeca não irá comprar”. Para a Páscoa aumentaram as compras de borrego em 45% e 30% em cabrito.