O Grupo Mosqueteiros está a apostar na redução da sua pegada carbónica através de algumas medidas sustentáveis. Uma delas é a instalação de painéis solares nos centros logísticos de Alcanena e Paços de Ferreira, através de um investimento de dois milhões de euros, e também nas lojas. “A partir de 2021, prevemos que todos os novos Intermarché tenham painéis fotovoltaicos”, adianta Laurent Boutbien, presidente do grupo Os Mosqueteiros em Portugal, ao Dinheiro Vivo.

Relativamente às instalações nos centros logísticos, cada unidade tem uma potência de 11 MW que permite a produção anual de 1,2 milhões de KW de energia 100% renovável para autoconsumo. “A base de Alcanena já tem a instalação concluída e em produção, estando programado para o primeiro semestre do ano a finalização do processo em Paços de Ferreira”, refere a mesma fonte.

No âmbito da descarbonização, o retalhista tem vindo a introduzir alterações também a nível logístico e no abastecimento. “Em 2020, procedemos à alteração do ciclo de aprovisionamento, possível apenas devido à redução de entregas de secos e às mudanças do ciclo de preparação dos frescos: encurtámos etapas e manipuladores na cadeia de produtos, como vegetais e pescado, não excedendo regra geral, 48 horas no ciclo de abastecimento – na maioria das vezes, estes ciclos são de 24 horas”, descreve Laurent Boutbien.

Deste modo, o grupo reduziu “a distância percorrida em 1,2%, valor muito positivo principalmente se tivermos em conta o ano atípico, em que a actividade logística subiu 7,7%. Com estas alterações, conseguimos percorrer menos de 1,6 milhões de quilómetros, o que equivale a uma redução de cerca de 1670 toneladas de CO2”, explica.

Só com backloading, isto é, aproveitamento dos camiões que regressariam vazios das lojas e levantam agora os produtos directamente na produção/indústria, o grupo conseguiu tirar “150 camiões diários das estradas, o que significa menos 500 toneladas CO2/ano. São menos 5 milhões de km”.

Com a substituição gradual das caixas de cartão do Programa Origens por embalagens reutilizáveis, no acondicionamento de maçãs e pêras, estimam reduzir “97 toneladas de resíduos/ano, evitando desperdício de matérias-primas no embalamento desnecessário”.