A logística não conseguiu compensar as consequências geradas pela pandemia com o aumento do comércio eletrónico em 2020. O sector registou uma contracção global de 3,3% em 2020, atingindo os 219,1 mil milhões de euros, após uma década de crescimento.

Ainda assim, de acordo com o estudo da Transport Intelligence (TI), o desempenho positivo do mercado no final do ano ajudou a amenizar os números e prevê-se que, neste ano, os operadores logísticos irão fechar com 2,9% a mais do que em 2019, ou 6,5% superior em termos homólogos, até 233,2 mil milhões de euros.

O cenário de crescimento global, no entanto, difere substancialmente entre as regiões. A Europa tem sido a mais afectadaa pelas consequências económicas do COVID-19, conforme detalhado pela TI.

A maior parte dos países europeus analisados, 29 de 31, experimentaram contracções de gravidade variável e, para 2021, o volume de negócios esperado continuará 0,5% abaixo de 2019, embora seja 4,8% superior em termos homólogos. Neste sentido, enquanto países como a Alemanha conseguiram controlar as repercussões económicas do vírus compensando as perdas de produção com o retalho sólido, outros como a Grã-Bretanha registou uma das suas piores taxas de crescimento devido aos impactos em ambos os sectores.

A TI destacou que a recuperação permanecerá frágil no primeiro semestre de 2021 devido à preservação das restrições, mas a logística expandir-se-á numa taxa de 3,2% no período de 2020 a 2025. Assim, os fundos de apoio aos países mais afectados serão fundamentais para a recuperação pós-pandémica num contexto em que também persistirão as repercussões económicas do Brexit.

Numa escala global, a logística experimentará uma taxa de crescimento anual de 5,1% no período de 2020 a 2025. Desta forma, em 2025, o mercado atingiria um valor de 280,8 mil milhões de euros, ou seja, 24% superior a 2019. No pós-pandemia, os motores de recuperação serão diferentes daqueles que impulsionaram a expansão económica antes de 2020. No entanto, a TI ressaltou que será necessário captar capitais e outros recursos dos sectores produtivos que promovam a geração de empregos, transformação da qual dependerão as perspectivas do sector da logística.

Por outro lado, no que se refere ao balanço de 2020, a análise da consultora britânica corroborou que “apesar das novas ondas na Europa e na América do Norte, os impactos no mercado têm sido bem menos severos do que durante a primeira vaga”. Entre outros, um dos motivos que o justifica é o desenvolvimento de estratégias de contenção, mantendo grande parte das fábricas abertas, uma vez que têm permitido aos operadores continuarem a prestar os seus serviços.