“Lisboa, 5 de Fevereiro de 2031

Procura-se profissional com as seguintes competências:

  1. Flexibilidade cognitiva: tem a capacidade de se adaptar a cenários de mudança constantes e gerir projetos de elevada complexidade, em simultâneo.
  2. Literacia digital: desenvolve atividades recorrendo a processos automatizados, interpretando dados através de soluções de Inteligência Artificial, Iot (Internet of Things) e machine learning.
  3. Inteligência emocional e social: capacidade de interagir de forma empática, colaborativa, socialmente responsável e altruísta perante os seus pares.
  4. Criatividade e inovação: capacidade de criar e inovar, aplicando uma lógica out-of-the-box e com pensamento crítico.

Se possui estas 4 competências tem lugar na nossa organização em função a definir.”

Serão, provavelmente, estes os requisitos mínimos que veremos no futuro para qualquer função. A experiência de “20 anos” que é hoje reconhecida como mais-valia e, por vezes, fator preponderante para a seleção de um profissional, deixará de ter a mesma relevância.

Naturalmente, as competências exclusivamente humanas como a capacidade de tomada de decisão com base em análise de dados subjetivos, em emoções, transformar-se-ão no nosso maior ativo e o que nos diferenciará de todo o ruído tecnológico com que lidaremos.

E como se aplica esta realidade ao Procurement? Da mesma forma, com os mesmos princípios que a qualquer outra função. Com um mindset de start-up: ágil, dinâmico, inovador, destemido. Colocando de lado processos de autorização de compra excessivamente burocráticos que afastam fornecedores, definição de plafonds de compra por comprador apostando na irresponsabilidade do colaborador ao invés da sua responsabilização, aplicando táticas de negociação que beliscam a ética profissional tornando o ciclo de compra num arrastar de conversas ineficientes, entre outros.

A aposta na contratação de colaboradores motivados e interessados em fazer o melhor para a organização como um todo, passa pelo empoderamento e confiança nas suas competências, mas também, na sua experiência profissional e pessoal. O procurement é, e será sempre, uma função gerida por pessoas e para pessoas.

Acreditemos então que estas 4 competências sejam prática comum antes de 2031!

Alexandra AzevedoManaging Partner | QUAY Procurement Consulting