A Administração dos Portos do Douro, Leixões, e Viana do Castelo (APDL) anunciou que a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) já deu o seu parecer positivo relativamente ao novo terminal de Leixões, condicionado à mitigação de ruídos e dos impactos visuais negativos na zona balnear de Matosinhos, pelo que espera que o concurso para o novo terminal de contentores seja lançado já em 2021. Nuno Araújo, presidente da APDL, antecipa um investimento de 190 milhões de euros para esta construção, do qual espera uma capacidade de movimentação anual no terrapleno de 480 mil TEU, e no cais de 435 mil TEU.

“A nossa estimativa orçamental para a construção do novo terminal, ou reconversão do multiusos, entre construção civil e equipamentos, é de 190 milhões de euros. O valor inclui ainda a reconversão do porto de pesca. Quanto ao lançamento da obra, questões procedimentais internas impedem-nos, para já, de avançar uma data, mas será ainda este ano”, revelou o responsável à Lusa.

Relativamente às limitações aplicadas ao ruído e ao impacto visual, a Nuno Araújo considera que serão apenas mais visíveis no momento da construção do terminal, sendo que após deverão ser “pouco significativos”, e em compensação, esta nova infra-estrutura “será capaz de gerar impactes sociais e económicos positivos ou muito significativos na região”.

Segundo revela a fonte, o novo terminal ficará situado no local do actual terminal multiusos, e irá sobrepor-se parcialmente ao porto de pesca, que terá de ser reformulado, e prevê-se ainda a construção de um terminal Ro-Ro com capacidade de movimentação anual de 55 mil unidades.

Mais antecipada está a obra de prolongamento do quebra-mar deste porto, que já obteve o visto do Tribunal de Contas para a obra, e que espera apenas a restante documentação para avançar, se possível, ainda este mês. O investimento de 147 milhões de euros nesta expansão do quebra-mar em 300 metros e a dragagem da bacia de rotação, juntamente com o novo terminal, permitirá ao porto receber navios de maior dimensão. “Navios que hoje escalam noutros portos, espanhóis ou não, poderão escalar em Leixões e isso vai beneficiar nomeadamente as empresas desta região, com ganhos na cadeia na logística”, conclui Nuno Araújo.