A FIPA – Federação das Indústrias Portuguesas Agro-Alimentares aplaude a aplicação provisória do Acordo de Comércio e Cooperação ente a União Europeia e o Reino Unido, que entrou em vigor a 1 de Janeiro, mas alerta sobre a fragilidade da sua implementação prática e possíveis reflexos na operação da cadeia agro-alimentar.

Após sucessivos atrasos nas negociações, a federação defende que “é essencial que as autoridades da UE e do Reino Unido ajam agora de forma célere para que, já nesta primeira fase, seja garantida a circulação de bens nas fronteiras e não se verifiquem bloqueios“.

A FIPA defende, ainda, que a Comissão Europeia active protocolos de gestão de crises, devendo incluir comunicações directas com os operadores da cadeia agro-alimentar, para identificar e resolver questões fronteiriças que possam surgir nos próximos meses. Um dos casos que podem ser tomados como positivos é o exemplo das “green lanes” aplicadas em plena pandemia Covid-19.

Em linha com as necessidades apontadas igualmente pela confederação europeia FoodDrinkEurope, a FIPA sublinha que se exigem esforços máximos de interacção entre as autoridades nacionais e o Reino Unido, para que possam ser implementadas e cumpridas as novas medidas não só aduaneiras, mas também sanitárias e fitossanitárias como, por exemplo, as diferentes regras de rotulagem de produtos alimentares.

“Este acordo é, de modo geral e teoricamente, positivo, uma vez que vem impedir a aplicação de tarifas excessivas nas transações do sector agro-alimentar. No entanto, receamos que as dúvidas que surgirão da sua aplicação possam ser um entrave na evolução do sector. É essencial a máxima atenção do Governo português neste processo, sobretudo quando o sector tem vindo a ter nas exportações uma âncora nestes últimos meses”, esclarece Pedro Queiroz, director-geral da FIPA.