O Grande Prémio de MotoGP realizou-se ontem, dia 22 de Novembro, em Portimão. Este é um evento que envolve uma grande operação logística, complexa e exigente. Apesar de ter sido parcialmente minimizada devido aos tempos atípicos que se vivem, vale a pena conhecer os contornos dos bastidores do motociclismo de velocidade, com Moto 2 e Moto 3, apurados pelo Jornal Público.

De Valência, sede da anterior corrida do Mundial, até Portimão, o percurso é de cerca de 910 quilómetros e é possível ser realizado integralmente por rodovia. Neste sentido, a missão torna-se mais fácil quando comparada com viagens transoceânicas, tão comuns nos tempos pré-pandemia.

A quantidade de equipamento transportado, de facto, impressiona. Na prática são cerca de 1000 contentores de material, cujo peso total ascende a 360 toneladas e que são distribuídos por 40 camiões, ou no caso de transporte aéreo, o suficiente pare encher quatro Boeing 747. Por exemplo, cada moto ocupa um contentor feito à medida, no qual é acoplada com uma película protectora antes de ser coberta.

Contudo, a operação tornou-se um pouco mais acessível devido às circunstâncias deste ano em que o campeonato ficou adstrito à Europa.

Carles Jorba, Director do departamento de operações da Dorna, empresa promotora do campeonato, explicou ao site MotoGP, que “temos de estabelecer uma diferença entre as corridas na Europa e as alturas em que vamos para outros continentes. Nas provas europeias, as equipas que têm pista própria deslocam-se por si mesmas”. Nesses casos, a parceria com a IRTA (federação internacional de equipas de corrida) torna-se fundamental.

Ao longo dos anos, a quantidade de equipamento necessária para a participação de cada equipa também foi crescendo, e, no início do século, o promotor do Mundial sentiu a necessidade de passar a concentrar toda a operação, criando, de raiz, uma equipa de logística responsável pela movimentação de carga, “tínhamos de ser capazes de olhar para o mercado e procurar a melhor solução para cada operação, a melhor oferta, a melhor oportunidade, dependendo do local para onde viajávamos”, afirma Carles Jorba, acrescentando que “ao domingo à noite, as equipas deixam-nos 38, 40, 42 contentores e o maior sucesso para nós é, na quarta-feira de manhã, eles abrirem as caixas e verificarem que todo o equipamento está lá”.

Para além do material de competição, a Dorna assegura ainda 140 câmaras para cada transmissão, sendo que só para a gravação e montagem de vídeo, existe uma equipa de 200 técnicos. No que diz respeito à logística, são necessários, regra geral, 540 funcionários.