Diz-nos o nosso histórico que, os últimos três meses do ano, são meses com muita atividade de marketing e promocional, são meses de pico de vendas e com uma dinâmica incrível na grande maioria dos espaços comerciais. Existem mesmo empresas que efetuam cerca de 90% dos seus resultados no último trimestre de cada ano.

Mas e quando o histórico já não conta e a única certeza que temos é a INCERTEZA?

Sabemos que todos os dias existem novas medidas restritivas, que inviabilizam o plano de ontem. Sabemos que o on-line ainda não chega a todos e que o presencial deixou de ser sexy.

Sabemos que planeamento a curto/médio prazo, deixou de ter aplicabilidade.

E mais que tudo, sabemos que temos de ter a habilidade extrema de uma rápida capacidade de adaptação enquanto sociedade, enquanto empresa e enquanto indivíduos.

Assistimos a uma constante mudança de paradigma da forma como geríamos o nosso dia a dia, a forma de conviver, de fazer compras, de nos deslocarmos, até as nossas prioridades estão a ser alteradas, pelo que o panorama do mercado de trabalho está também ele altamente volátil e em constante mutação.

Ainda há um mês, os preparativos para as campanhas de Natal e para o Black Friday, que envolvem a contratação de centenas de repositores, promotores, assistentes e operadores estavam a decorrer com alguma normalidade e a apontar para um arranque de último trimestre quase que normal – com exceção de algumas empresas que no início da pandemia redirecionaram os seus investimentos de marketing para outros canais ou reintegraram esses valores para colmatar algumas das suas quebras de faturação – agora assistimos a um travar a fundo de tudo o que estava desenhado, adjudicado e a ser preparado para sair para o terreno!

A nuvem de incerteza adensou-se novamente e com ela a neblina que não nos permite planear o amanhã. No entanto, continuamos a encontrar soluções que permitem às empresas ultrapassar obstáculos e desbravar este terreno desconhecido, porque é nestas alturas que nos devemos unir e reinventar.

Verdade, porém, que apesar de toda a incerteza e mudança, haverá seguramente Natal na casa das famílias, em 2020.

Acredito que as famílias vão fazer jantar de Natal, enfeitar a árvore e haverá prendas dentro do sapatinho de cada um. Pelo que o futuro e os resultados estarão do lado dos audazes que apesar do receio, vão em frente e investem, inovam e estão presentes junto do consumidor nesta fase tão desafiante.

Fátima Costa, Direcção de Outsourcing, Adecco Portugal