De acordo com o relatório Employee Expectations, os colaboradores esperam agora que os seus empregadores ajudem a responder às preocupações ambientais, forçando as empresas a fazer mudanças na forma como operam. As expectativas aumentaram 128% para os trabalhadores do Gen Z (n. 1995-2015, 62% para os Millennials (n. 1981-1994), 56% para os Gen X (n. 1965-1980) e 59% para os Baby Boomers (n. 1945-1964).

Todas as gerações mostram uma preocupação crescente com a diversidade e a inclusão no local de trabalho, com a Geração Silenciosa (n. 1928-1945) a registar o maior aumento de 31%, mais do dobro do aumento verificado na Geração Z (+15%), Geração X (+14%) ou Boomer (+13%) e um aumento maior do que o registado em Millennials (+22%).

Segundo a pesquisa do Grupo Adecco, Resetting Normal: A Nova Era do Trabalho, o mundo do trabalho está pronto para um novo modelo “híbrido”, com (74%) dos trabalhadores inquiridos a pedirem um modelo misto entre trabalho remoto e escritório. A ideia de passar metade do tempo no escritório (51%) e metade do seu tempo a trabalhar remotamente (49%) é transversal a vários países, gerações e até estatuto parental. E os executivos das empresas concordam, com quase oito em cada dez a concordar que as empresas beneficiarão com uma maior flexibilidade.

Bem-estar é prioridade máxima
As expectativas dos colaboradores são mais agudas em torno da questão do bem-estar. A preocupação global dos trabalhadores com a questão do bem-estar aumentou 17% em todos os dados demográficos; entre os inquiridos da Gen Z, o aumento foi de 28%.

A realidade é que a marca do empregador pode ser determinada em grande parte pela forma como se preocupam genuinamente com a saúde mental e física dos seus empregados. Estimando-se que o burnout custe até 323,4 mil milhões de dólares por ano à economia global, isto é particularmente importante numa altura em que existem perigos muito claros e presentes que têm o potencial de reduzir o bem-estar global.

Em algumas organizações, será um desafio para os líderes construir uma consciência em torno do bem-estar mental e físico. Muitos líderes de hoje estão concentrados nos aspectos técnicos dos seus trabalhos, ou apenas preocupados em conseguir que os projectos sejam feitos a tempo e dentro do orçamento, independentemente do custo que isso implica para as pessoas que estão a liderar.

Mas é fundamental que as organizações olhem profundamente dentro das suas fileiras de liderança para as pessoas que compreendem a importância de apoiar o bem-estar dos funcionários. Para aqueles que não o considerem uma preocupação de topo, poderá ser necessário coaching e desenvolvimento para cultivar competências que apoiem o bem-estar dos funcionários.

As conclusões do relatório também falam da necessidade de os líderes serem pacientes com os empregados que estão a trabalhar a partir de casa e enfatiza a importância de formar líderes em competências transversais como empatia, compaixão e clareza em torno das expectativas de trabalho.

Redefinir o que significa “produtividade”
Para além deste relatório sobre as expectativas dos colaboradores, e com base em outro estudo da Peakon que descreve como os empregados e as organizações estão a responder à COVID-19, sabemos também que a questão do bem-estar tem um enorme impacto noutras áreas, incluindo o stress que é criado pelo trabalho fora do ambiente normal de escritório.

Será essencial que os líderes redefinam novas métricas, tanto para empregadores como para empregados, para avaliar o ritmo de trabalho e a produtividade num ambiente virtual. Os líderes precisam de se concentrar mais na produção e menos nos sinais pequenos e enganadores que possam estar a receber. É uma nova experiência para todos e os colaboradores têm receios na forma como os seus empregadores encaram a produtividade num cenário remoto. Isto deixa, segundo o estudo do Grupo Adecco, um alerta aos empregadores, que têm agora a responsabilidade de restabelecer a confiança, não apenas em condições extremas, mas em todas as condições. Isso significa ouvir as necessidades da mão-de-obra, estar sin­tonizado para mudar perspectivas e expectativas, e estar constantemente atento, liderando activamente a sua força de trabalho durante este período de mudança.