‘E agora… o que vem aí para o Procurement’ foi a questão mais debatida na Procurement Digital Conference que aconteceu  hoje, 17 de Julho, a qual contou com a presença de vários profissionais que procuraram dar resposta a esta pergunta tão pertinente e, ainda assim, tão desafiante.

Renato Fenili, Secretário Adjunto de Gestão do Ministério da Economia e Ex Director de Compras da Câmara dos Deputados, foi quem iniciou a sessão abordando as medidas de logística públicas que foram desencadeadas no Brasil no combate ao coronavírus, sendo o mote ‘Public Logistics Measures vs. COVID-19’.

O orador começou por referir que o facto de o Brasil se encontrar no pico da pandemia, acabou por originar acções disruptivas na área do procurement e das compras públicas e que, por mais tecnologia e quantidade de informação que exista, é necessário basear-mo-nos em algumas premissas: obtenção de equipamentos de protecção é uma necessidade emergencial e viu-se, a nível global, uma competição para a aquisição destes equipamentos. Registou-se ainda um desequilíbrio entre a oferta e a procura e um colapso logístico, que é quando temos dinheiro para comprar e o mercado não tem nada para vender. Outra das premissas é o combate à crise económica que irá estender-se a longo prazo, levando no mínimo 2 a 3 anos para o Brasil recuperar.

De seguida, Renato Fenili, demonstrou e explicou no que consiste o “modelo de governança de logística pública no combate à COVID-19”, que tem três dimensões principais. A primeira é a logística de insumos de saúde em que tem de se garantir pessoal, agentes de saúde ou pessoas para trabalhar junto dos EPI’s. A segunda, que é a que vivemos actualmente, é o fomento da economia, em que é necessário garantir que as compras públicas possam aliviar a vida dos empresários ou fomentar e garantir capital. A última, é assegurar a continuidade na execução de políticas públicas.

O Secretário Adjunto de Gestão do Ministério da Economia referiu que, na sua visão, o profissional tem de ser mais do que “um profissional bom em procurement”, tem também de ser bom em logística pública.

Acrescentou ainda que o procurement não é o único modo de se obter um bem ou serviço, sendo possível fazê-lo através de doações ou troca de artigos, ou seja, “nada impede que uma empresa me dê máscaras e, em contrapartida, me dê um custo de gestão de projectos”, explica.

Em relação ao ‘o que vem aí para o procurement’, Renato Fenili afirma que é necessário “falar de pessoas, mais do que sistemas”. É importante pensar no perfil que se quer para um profissional de logística pública, ou seja, aquele que irá pensar nas estratégias, que não apenas o procurement, para ser possível obter o insumo e um serviço bem prestado ao cidadão.