Em tempos de confinamento forçado que vive o consumidor por causa da crise do coronavírus, o e-commerce (principalmente de alimentos) observa um claro e marcado crescimento. Segundo constata o Dr. Guillem Sanz, desde 21 de Março, as vendas do canal têm aumentado aproximadamente 24%. Nesse cenário inesperado de crescimento exponencial, as operações de última milha cobram ainda mais relevância, e os modelos operacionais de entrega são cruciais para as grandes superfícies.

No entanto, como em todos os processos (ou ciclos) de modernização, as relações económicas entre empregados e empregadores são as mais afetadas, seja pelas melhorias implementadas pelos novos métodos produtivos que substituem as atividades antes executadas por operários, ou pela troca dos processos derivados da mesma modernização.

As expectativas dos consumidores mudaram drasticamente nos últimos anos. Como resultado, algumas mudanças importantes tiveram que ser aceites no setor de logística e entrega personalizada. Os retalhistas também tiveram que encontrar formas de adaptação. Espera-se que a procura aumente significativamente, dada a atraente proposta de valor de entrega no mesmo dia para os consumidores.

O mercado para entrega “same day” é impulsionado por tendências macro subjacentes, incluindo o aumento do PIB per capita, a rápida adoção do comércio eletrónico, a urbanização e as mudanças nas expectativas dos consumidores. Assim mesmo, a entrega no mesmo dia requer uma massa crítica de consumidores com recursos financeiros suficientes para pagar por esse serviço premium.

Num cenário económico e político cada vez mais conturbado e complicado, as estratégias de otimização e redução de custos se tornam essenciais para atender as demandas dos clientes e a sobrevivência das empresas. Fazendo a operação por meio de plataformas de Economia Colaborativa como as APP são mais do que uma tendência, mas uma necessidade. Por outro lado, é responsabilidade do poder público, garantir as condições mínimas pelas quais essas operações devem ser realizadas, mediando a sua ação neste tema, uma vez que, optando por um modelo neoliberal puro, com mínima intervenção do Estado, uma situação de predominância do poder do capital, enquanto a regulamentação excessiva provavelmente favorecerá uma migração para a informalidade. Como em tudo na vida, a chave é encontrar o equilíbrio

Fernando Penteado

* - Leia o artigo completo na edição da Supply Chain Magazine