Como se sabe, muitas empresas alteraram o seu modelo de negócio durante a pandemia para produzir material de protecção individual, particularmente as fábricas. A Têxtilobo também o fez e foi nas máscaras que viu a sua oportunidade, tendo sido das primeiras empresas a obter a certificação por parte do Citeve. Actualmente, tem capacidade para produzir cerca de 30 mil unidades por dia, apurou o ECO.
A empresa sentiu grandes quebras nas encomendas desde que a Covid-19 se instalou em Portugal “desde o início do ano que mudou muita coisa. Com a aparecimento desta pandemia as encomendas tiveram uma quebra na ordem dos 50% e tivemos que nos adaptar para combater os efeitos”, explica ao ECO, Pedro Alves, proprietário da Têxtilobo.
A adaptação passou pela mudança da produção para as máscaras de forma a dar resposta à grande procura e, para Pedro Alves, “foi relativamente fácil até porque só precisamos de adaptar-nos, temos o know-how e as ferramentas necessárias, foi só arranjar a matéria-prima e meter mãos à obra”.
No caso desta empresa, foi mesmo a sua salvação podendo, agora, potenciar o negócio. O proprietário acrescenta que “é sem dúvida uma outra oportunidade para o têxtil e acabou por ser uma lufada de ar fresco para o sector. Este nicho de mercado acabou por dar uma alavanca ao sector”.
Até ao momento, a Têxtilobo já tem embalada e pronta para entrega a primeira remessa de 50 mil máscaras descartáveis que se destinam, essencialmente, a revendedores, unidades hoteleiras, dentistas e superfícies comerciais. Pedro Alves refere que parte desta encomenda tem como destino o mercado francês.
Segundo conta o responsável, o corte das máscaras é realizado nas instalações da Têxtilobo mas a concepção fica a cargo de uma empresa subcontratada, pois prefere manter uma estrutura mais pequena.
Tendo dado o primeiro passo com as máscaras descartáveis, agora o foco está nas reutilizáveis. A empresa já enviou as amostras e está a aguardar a aprovação do Citeve. Estas máscaras acabam por ser mais procuradas porque, segundo Paulo Alves, “são a nova tendência” e são também amigas do ambiente.
De olhos postos no futuro, a empresa vê no mercado externo uma oportunidade, sendo que antes da pandemia, exportava praticamente toda a produção de vestuário, principalmente, para a Europa.
No entanto, o responsável afirma que a prioridade, numa primeira fase, é satisfazer as necessidades do mercado nacional e, num futuro próximo, a exportação será o rumo.
“O sector do têxtil em Portugal adapta-se muito facilmente e temos capacidade para produzir milhões de máscaras para o mercado nacional e internacional”, conclui Pedro Alves.