A crise sanitária causada pela pandemia Covid-19 está a testar a cadeia logística de frio em Espanha. Os níveis de ocupação dos armazéns de frio são muito altos, conforme indica a Asociación de Explotaciones Frigoríficas, Logística Y Distribución de Espanha.
A Associação apontou vários problemas que o transporte em temperatura controlada está a sofrer no país vizinho, como o custo de retorno de camiões vazios, confirmado por operadores logísticos do sector. Estas dificuldades e desequilíbrios no transporte de produtos refrigerados trouxeram tensão às instalações de refrigeração.
Os níveis de ocupação dos armazéns espanhóis estão entre 89% até 100% e até 120% da capacidade, localizados em áreas de alta procura. O primeiro motivo que causou esta situação diz respeito a armazéns que prestavam serviços ao canal horeca “que precisam de armazenar produtos para venda posterior, não apenas aqueles que não têm saída, mas também das compras que foram feitas antes do início do estado de emergência e estavam a caminho em contentores marítimos ou frete comercial”, refere a mesma organização.
O segundo aspecto é o das plataformas destinadas à distribuição de alimentos e, neste caso, “houve uma enorme rotação de produtos com consequente armazenamento em grandes volumes para manter a tensão da cadeia de abastecimento e evitar a ruptura de stock”.
Em relação à actividade diária, a Associação destaca alguns aspectos que influenciam as operações, como a rotação constante de funcionários e a sua distribuição para evitar o contacto entre si, o aumento do consumo de produtos de higiene industrial com turnos contínuos de limpeza, e o alto nível de protecção individual que causam quebras na produtividade.
Actualmente, o canal de distribuição de alimentos é o mais armazenado nas instalações refrigeradas e é onde se incluem produtos como pão, doces, lacticínios, peixe, carne, congelados e vegetais a granel, os principais desta crise.
O transporte de carga refrigerada também está a encontrar alguns obstáculos no desempenho da sua actividade, como o retorno em vazio. Assim, o Grupo Mazo, operador logístico, apontou a dificuldade que encontram quando se trata de fazer com que os clientes entendam que, sem retorno, o mesmo preço não poderá ser dado às exportações”. O operador logístico explicou que isto está a acontecer, o que representa uma grande perda de produtividade nas empresas de transporte.
Outros aspectos que afectam o transporte de mercadorias, conforme afirma a Associação, passa pela dificuldade de enviar produtos para o exterior.