Desde o passado dia 4 de Março que a Monliz, empresa produtora de hortofrutícolas ultracongelados, tem um plano de contingência activo, como forma de prevenção da pandemia Covid-19. Certo é que a indústria tem de continuar a abastecer os mercados e a fornecer alimentos, um bem de primeira necessidade, à população, e como tal, estão a tomar medidas preventivas de modo a conseguirem manter a produção estável.

Segundo nos explica Mauro Cardoso, general manager da Monliz, as medidas aplicadas visam proteger os seus trabalhadores, reduzindo as possibilidades de contágio e o confinamento no caso de um eventual surto. “A nossa maior preocupação é a segurança dos nossos trabalhadores e de todos quanto nos visitam”, comenta.

Ao nível das instalações e espaços comuns foram tomadas diversas medidas de contingência que procuram manter uma distância entre os colaboradores. Mauro Cardoso conta-nos que nesse sentido:
– Criaram uma área de isolamento;
– Disponibilização da sala de formação para refeições, aumentando a área disponível e permitindo um maior distanciamento entre as pessoas;
– Espalharam informação relativa à forma de transmissão do vírus e das medidas de contingência e mitigação em vigor pelas instalações;
– Em termos de contacto com pessoas externas, foram identificados quais os pontos de maior contacto e definidos processos para essas funções (cargas e descargas e operações técnicas);
– Ainda ao nível das descargas, foi criada uma zona exterior para este efeito e minimizado o contacto com pessoas externas (peças de manutenção, correio, etc.);
– Relativamente à limpeza dos espaços, intensificaram o plano de higienização da unidade e a frequência, destacado os pontos de contacto mais frequentes e reforçaram os meios humanos para esta função;
– Implementaram, onde possível, o funcionamento de portas abertas, como forma de reduzir os contactos físicos em pontos comuns;
– Segregaram a fábrica em três pontos: escritórios, logística e fábrica, minimizando o contacto de colaboradores em cada zona.

Ao nível de alguns equipamentos utilizados, foram também feitas algumas mudanças:
– Ao nível dos materiais de desinfecção, que já eram regularmente utilizados no dia-a-dia, foi reforçada a sua disponibilização, bem como o seu consumo;
– Também reforçaram os seus stocks de produtos de higiene e protecção individual;
– Reduziram, e nalguns casos eliminaram, a circulação de documentos entre departamentos;
– As máquinas de vending passaram a disponibilizar apenas café, tendo sido os restantes artigos removidos, o que reduz a frequência de uso das mesmas. Foram ainda revistos os circuitos e horários de abastecimento destes equipamentos.

As visitas e contactos com outras empresas passam também a ter algumas novas restrições:
– Todos os eventos, formações, reuniões, visitas de clientes e demonstrações foram cancelados, evitando assim aglomerados de pessoas. O contacto passa a ser feito remotamente, via Skype;
– O acesso ao interior das instalações passa a ser interdito a pessoas não críticas para a operação;
– Os períodos de cargas e descargas foram alargados de forma a conseguirem responder ao pico de encomendas das últimas três semanas;
– Foi feito um contacto com os fornecedores para lhes explicar as medidas que estavam a tomar.

Por fim, ao nível dos colaboradores da empresa, as medidas adoptadas foram:
– Activação do Grupo de Gestão de Crises, identificação e delegação de funções;
– Colaboração em teletrabalho de todas as funções possíveis de o fazer;
– Todas as reuniões passaram a ser realizadas por plataformas digitais;
– Reforço da comunicação com os colaboradores através de diversos meios, entre os quais as redes sociais;
– Alteração de horários de refeição de diferentes equipas de modo a que não se cruzem ao mesmo tempo no espaço;
– As mudanças de turno passam a ser feitas sem contacto entre as equipas, e por circuitos de entrada e de saída separados;
– Impedimento de troca de turnos;
– Definição de medidas a tomar para lidarem com um possível caso suspeito na empresa;
– Controlo de temperatura para todas as entradas nas instalações.

Mauro Cardoso acrescenta ainda que agora as preocupações passam pela disponibilidade de produtos de desinfecção de mãos e superfícies, de materiais de protecção (EPI’s) e a possibilidade de técnicos estrangeiros, que desempenham tarefas vitais para o processo, poderem entrar no nosso país.

“Com as medidas em vigor, pensamos que reduzimos as hipóteses de contágio e cremos que caso tenhamos um caso positivo, minimizámos o impacto na operação assegurando uma quebra menor na capacidade de resposta. Estas foram definidas em articulação com a casa mãe para que em toda a Europa e países onde actuamos possamos ter uma abordagem comum ainda que adaptada às recomendações das autoridades de saúde de cada país”, conclui o responsável.