Se pensava que face às limitações à livre circulação de pessoas, desencadeadas na sequência da pandemia Covid-19, eram uma oportunidade de ouro para o comércio electrónico, desengane-se. Os resultados de um estudo da Ecommerce Europe indicam que os efeitos do novo coronavírus destacam o crescimento de determinadas categorias de venda em detrimento de outras, que vêem o seu negócio diminuir drasticamente. As imposições geográficas das entregas, assim como a demora que já está a acontecer, estão entre os principais problemas apontados.

Com o objectivo de perceber o impacto do COVID-19, o estudo, conduzido pela Ecommerce Europe, junto dos seus membros – associações de comércio electrónico de cada país e parceiros empresariais – indica que a actual pandemia já está a afectar o negócio online.

Sessenta e cinco por cento dos inquiridos acredita que a situação vai levar a uma queda das vendas e a despedimentos. Esta redução já pode ser vista em sectores como a moda ou as viagens. Por outro lado, categorias como a alimentar, produtos de saúde, equipamentos relacionados com o teletrabalho ou electrodomésticos de armazenamento, como frigoríficos, assistiram a uma subida acentuada das vendas.

Alguns efeitos concretos da crise no retalho online já são visíveis, aponta a ECommerce Europe. 94% dos entrevistados indicam que ainda é possível vender e entregar produtos no seu próprio país e no exterior, enquanto alguns sublinham a existência de problemas dependendo para onde as lojas online estão a vender e do tipo de produtos comercializados.

Embora as entregas, na sua maioria, ainda estejam a ser asseguradas, entre 55% e 60% dos membros estão actualmente a registar ou esperam vir a registar atrasos, de futuro. Além disso, cerca de 65% prevêem encerrar parcial ou totalmente os seus negócios durante a quarentena.

“A situação em Itália é indicadora daquilo que os países que estão a encerrar as suas fronteiras podem esperar”, refere a ECommerce Europe. “Apesar de ser importante garantir que os cidadãos não espalhem o vírus por toda a Europa, é imperativo manter as fronteiras abertas para permitir o fornecimento e a venda de produtos”.

Esta associação, da qual a portuguesa ACEPI faz parte, lembra ainda que quando os bloqueios são de longo alcance, a dependência do retalho online torna-se significativa. “Os operadores de logística e os retalhistas online, especialmente as PME, vão precisar do apoio dos governos e das autoridades para cumprir essa importante função”.

Encontra AQUI um resumo do estudo da Ecommerce Europe.