A disseminação do COVID-19 encontra-se na fase exponencial em Portugal e o tempo é de reunir as forças logísticas do país para manter o fluxo de mercadorias a circular até àqueles que mais necessitam. Para manter o actual “Estado de Resistência”, tem sido fundamental o trabalho de alguns para poder assegurar bens essenciais aos portugueses, cuidados médicos e, dentro do possível, segurança.

É neste contexto que a APAT frisa, em comunicado, que o sistema logístico, de cujo desempenho depende o sucesso do combate ao novo coronavírus, precisa de apoios adicionais por parte do Governo para ser o mais efectivo possível.

«Uns falam e outros fazem. Uns fazem e outros têm de ajudar a fazer» – em poucas palavras, a Associação dos Transitários sintetizou o imperativo que poderá fazer toda a diferença nesta fase crítica do COVID-19. Assim, quem actua (os players logísticos que mantêm as cadeias de abastecimento em funcionamento) terá de contar com o apoio de quem governa: «o Governo já tomou algumas providências, mas não seria demais, se por exemplo isentasse, prorrogasse prazos de pagamento em questões tão simples como, empréstimos bancários, alugueres e rendas, energia e combustíveis, alguma flexibilização no horário de trabalho dos motoristas e redução/isenção de pagamento das Infra-estruturas viária, aérea, ferroviária e marítima, de modo a continuarmos a colocar todas as possíveis soluções logísticas ao serviço da nação», declarou a associação.

«Se é verdade que nalgumas situações somos verdadeiros heróis, também temos de reconhecer que sem este tipo de ajudas não vamos conseguir, em primeiro lugar, lutar contra esta fatalidade e em segundo lugar sobreviver conservando empresas, postos de trabalho e a coesão de Portugal», sublinhou a APAT.

«Manter a continuidade do sistema logístico de forma a preservar o abastecimento de bens alimentares, de primeira necessidade, medicamentos, etc., obriga-nos ainda a uma responsabilidade aumentada», acrescentou, lembrando que a esta «nova crise» o país não poderá «dar tréguas. Só juntos conseguiremos vencer, porque só juntos seremos mais fortes e só mais fortes seremos mais capazes».

ANTRAM pede linha de crédito

A Associação dos Transportadores Rodoviários de Mercadorias (ANTRAM), por seu turno, pede ao executivo de António Costa uma linha de crédito para o sector. Na sequência das medidas apresentadas pelos ministros Pedro Siza Vieira e Mário Centeno, a ANTRAM remeteu um ofício ao Governo a reivindicar que as empresas do sector sejam também elas incluídas nas medidas económicas para o segundo trimestre de 2020, nomeadamente nas Linhas de Crédito para empresas.

Recorde-se que, já no início de Março, a ANTRAM havia solicitado a intervenção do governo português junto da UE. A IRU, da qual a ANTRAM é membro, enviou uma carta à Presidente da Comissão Europeia a solicitar o apoio da Comissão Europeia e dos Estados-Membros para a crise do coronavírus, atendendo ao papel fulcral que o transporte rodoviário desempenha na cadeia de abastecimento.