A DHL lançou um novo estudo, ‘Rethinking Packaging’, que oferece uma visão abrangente do futuro das embalagens na indústria logística, uma vez que, de acordo com o mesmo, “os actuais sistemas de embalamento têm uma pegada ambiental significativa”.

O estudo mostra que 24% do volume das embalagens usadas no circuito do comércio electrónico, é espaço vazio. Na indústria da moda, o número tende a aumentar, tendo em conta a “falta de rigidez estrutural das roupas e acessórios expedidos via canais logísticos. Isto faz somar custos adicionais à indústria”. É também referido que o maior desafio que os sistemas de embalamento enfrentam actualmente tem a ver com a optimização do espaço dentro das embalagens e a protecção adequada dos produtos, enquanto se opera em larga escala e a alta velocidade.

É impossível abordar este tema sem tocar no tópico do plástico, sendo as embalagens deste material responsáveis por cerca de um quarto das cerca de 8,3 mil milhões de toneladas que já foram produzidas desde os anos 50 do século XX.

Em 2016, cada cidadão da União Europeia foi responsável por 170kg de resíduos plásticos, sendo que apenas 14% das embalagens deste material são realmente recicladas, as que seguem para os aterros demoram 450 anos a decompor-se.

Assim sendo, o estudo conduzido pela DHL junto dos seus clientes e parceiros conclui que nove em cada 10 empresas consideram que as embalagens irão desempenhar um papel importante nos próximos três a cinco anos. De acordo com o documento ao qual o ECO teve acesso, o volume geral de produtos expedidos está a aumentar, impulsionado pela globalização e pelo e-commerce, fazendo com que as embalagens passem por redes logísticas internacionais mais longas e complexas.

“A expedição de encomendas expresso e os serviços de subscrição cada vez mais populares resultam em envios frequentes de itens únicos, contribuindo para um aumento das emissões de carbono e desperdício de embalagens. A diversidade de produtos de e-commerce tem conduzido a novos desafios e embalagens. Os clientes questionados veem-se confrontados sobre como manter os custos de embalagens a um nível razoável, gerir o número de encomendas danificadas em trânsito, bem como optimizar a capacidade de transporte disponível”, pode ler-se no estudo.

Por sua vez, o consumidor tem grandes exigências no que diz respeito ao comércio electrónico, que se reflectem na recepção das encomendas no menor tempo possível, nas embalagens danificadas e não ter de lidar com o desperdício a cada compra online. Dos inquiridos pelo estudo da DHL, 50% dos consumidores revelam que se receberem uma embalagem com sinais de danos causados pelo transporte, é o suficiente para não voltarem a comprar a esse fornecedor.

O Vice-Presidente e Líder Global de Inovação e Desenvolvimento Comercial da DHL, Matthias Heutger, avança com algumas soluções “o relatório de tendências e o inquérito aos nossos clientes ilustram a importância e a experiência positiva que as embalagens simples, recicláveis e robustas oferecem ao cliente. No entanto, a rapidez com que as necessidades das empresas, dos consumidores e da envolvente externa mudam, aumenta os custos e reduz a eficiência. Acreditamos que a adopção de novas ferramentas de optimização das embalagens, materiais e tecnologias de manuseamento irão ampliar significativamente a eficiência e a produtividade. Por sua vez, este cenário impulsionará mudanças na operação das cadeias de abastecimento e nos processos logísticos”.

A procura por embalagens tem vindo a crescer em todas as indústrias. Contudo, nos sectores automóvel e tecnológico, as cadeias de abastecimento devem evoluir para acomodar o crescente volume de componentes delicados e de elevado valor, como refere o estudo. Na área da saúde, os profissionais de logística devem assegurar uma entrega segura e adequada. Ainda assim, à medida que o e-commerce substitui o comércio tradicional, a embalagem entregue à porta é agora o ponto crítico de contacto entre os consumidores e as marcas.

O estudo da DHL conclui que “o sector da logística irá desempenhar um papel fundamental na redução dos custos, contratempos, e impacto ambiental das embalagens”, por isso, deverá adoptar novas tecnologias, materiais e processos em toda a cadeia de valor, como a optimização e automação de embalagens, materiais sustentáveis na sua produção, embalagens reutilizáveis e logística inversa e tecnologia de embalagens inteligente.