2020 será um ano decisivo para o Green Deal, a principal medida da nova Comissão Europeia que visa responder ao desafio das alterações climáticas, assente numa nova estratégia de crescimento para a União Europeia (UE). Tem ainda como objectivo operar transformações nos hábitos de produção e consumo dos cidadãos, através de uma economia “limpa” e circular, segundo o ECO.

Este pacto ecológico abrange todos os sectores da economia, em particular o dos transportes, energia, imobiliário, agricultura e indústrias pesadas. Prevê um roteiro indicativo com 50 acções concretas para aprovar e implementar.

Entre as propostas em cima da mesa, destaca-se a da fomentação da economia circular, que incluirá o desenvolvimento de mercados-piloto no domínio dos produtos sustentáveis para apoiar a circularidade dos produtos. O plano de acção passa por apostar na promoção de novos modelos de negócio e estabelecer requisitos mínimos para evitar a colocação de produtos não-amigos do ambiente no mercado da UE. Os principais sectores abrangidos pelo plano são os que registam uma maior utilização de recursos, como os têxteis, a construção ou os plásticos.

A Comissão irá avançar, em Outubro, com a legislação para garantir uma cadeia de valor segura, circular e sustentável.

Portugal irá acompanhar com interesse a área das baterias que alimentam o mercado dos veículos eléctricos, sendo o nosso país o maior produtor de lítio, uma das matérias para fabrico de baterias utilizadas na maquinaria e indústria.

Outro dos focos do Green Deal é a mobilidade sustentável e inteligente, que pretende fomentar alternativas mais baratas, acessíveis, saudáveis e limpas.

A verdade é que os transportes são responsáveis por um quarto das emissões de gases com efeito de estufa da UE e, para alcançar a neutralidade climática, é necessário reduzir as emissões em 90% até 2050. Para atingir esta meta, todos os modos de transporte deverão contribuir para o esforço, desde o rodoviário, ferroviário, aéreo e aquático.

A Comissão defende igualmente que a EU deverá aumentar a produção e a utilização de combustíveis alternativos sustentáveis para os transportes. Estima-se que dentro de cinco anos existam 13 milhões de veículos com baixo, ou nulo, níveis de emissões a circular nas estradas europeias, o que exigirá a criação de um milhão de estações de carregamento e de pontos de abastecimento.