A A.P.Moller – Maersk juntou-se aos seus pares da indústria e clientes para desenvolver uma solução LEO, uma mistura de lignina e etanol, que pode vir a ser o futuro dos combustíveis de navios.

Segundo explica a empresa em comunicado, cerca de 80% dos bens que utilizamos no nosso dia-a-dia chegam até nós por via marítima, e esta movimentação representa cerca de 2 a 3% das emissões mundiais de CO2, algo que tende a crescer com o aumento das trocas mundiais. “Esta indústria tem uma necessidade emergente de reduzir o seu impacto ambiental”, comenta.

A lado das Wallenius Wilhelmsen, BMW Group, H&M Group, Levi Strauss & Co. e Marks & Spencer, a Maersk procura explorar a viabilidade ambiental e comercial deste combustível não poluente para o sector marítimo.

Søren Toft, Chief Operating Officer da Maersk, explica que ao contrário do que acontece na aviação e no sector rodoviário, o marítimo requer soluções de combustível baixo em carbono sob medida. “Iniciativas como a Coligação LEO são importantes catalisadores neste processo”, acrescenta.

“As ambições dos nossos clientes na sustentabilidade estão a aumentar rapidamente, e nós aplaudimos este desenvolvimento. LEO seria claramente um grande passo na direcção da sustentabilidade para a cadeia de abastecimento, e tem o potencial para ser uma solução viável para as frotas de hoje, e não apenas uma visão futura”, comenta Craig Jasienski, CEO da Wallenius Wilhelmsen.

A sustentabilidade é um tema de grande importância para as empresas, especialmente as líderes dos seus sectores, pelo que se encontram cada vez mais a apostar activamente em soluções para reduzir as emissões ao longo de toda a cadeia de valor.

“Isso inclui muito o sector de transporte e logística que entrega mercadorias. A logística de transporte marítimo desempenha um papel importante nos processos de produção e distribuição de veículos do Grupo BMW em todo o mundo”, pode ler-se no comunicado.

A COO do Grupo H&M, Helena Helmersson, considera que as alterações climáticas são uma realidade corrente, e um desafio importante para todas as indústrias – entre as quais a da moda. “Estamos cientes da nossa responsabilidade de nos colocarmos dentro dos limites planetários e estamos empenhados em reduzir o nosso impacto em todos os aspectos da nossa cadeia de valor, incluindo a forma como os nossos produtos são enviados para os consumidores em todo o mundo”, explica, acrescentando que esta co-ligação lhes cria uma oportunidade para explorar o desenvolvimento de um combustível de baixas emissões de carbono para o transporte de hoje.

A Universidade de Copenhaga está actualmente a gerir o desenvolvimento em laboratório deste potencial combustível marítimo, e no comunicado a empresa avança que procura avançar para uma segunda fase de desenvolvimento, de teste em motores de embarcação reais, no segundo trimestre de 2020. Após esta fase, a terceira será expandir a produção de combustível LEO.