Ainda no decorrer do mês de Outubro irá começar a exportação de azeite da Herdade Maria da Guarda para os Estados Unidos da América, sob a marca California Olive Ranch, com quem estabeleceram um acordo no valor de aproximadamente um milhão de euros. Portugal irá beneficiar de estar fora do acordo norte-americano de taxas sobre azeites e vinhos que penaliza o resto da Europa.
Serão exportadas até 300 toneladas de azeite virgem extra, o equivalente a entre 10 e 20% da produção da herdade, e que poderá aumentar. Segundo avançou à Lusa o presidente executivo da Herdade Maria da Guarda, João Cortez de Lobão, espera-se que iniciem a exportação no dia 22 de Outubro, e embora seja comercializado sob a marca norte-americana, irá constar a sua origem no rótulo da embalagem.
O responsável explicou que a marca California Olive Ranch escolheu Portugal de entre os restantes países da Europa e a Argentina, de entre os países da América Latina, para importar azeite, contando ainda com fornecedores do seu país, para fazerem a sua marca premium a distribuir nos EUA.
“Pela excelência da qualidade dos azeites e pela excelente relação que existe entre os dois países, Portugal ficou de fora das taxas de importação. Acreditamos que, com isto, Portugal tem uma vantagem quanto ao resto da Europa”, explica o responsável da empresa.
A Herdade espera produzir cerca de 130 a 140 milhões de quilos de azeite em Portugal este ano, dos quais dois milhões serão dedicados à exportação, estando também entre os destinos de exportação a Itália e a Espanha.
Por agora, a Herdade Maria da Guarda ainda não tem planos para entrar noutros mercados, mas assume que pretende aumentar a sua presença na América do Norte e distribuir a produção acautelando o risco cambial: “Para já não temos necessidade [de entrar noutro mercado], porque tudo o que produzimos vai embora e os compradores fazem fila à porta do lagar. O que queremos é distribuir geograficamente e em termos de risco cambial. Se chegarmos ao ponto de podermos ter metade das vendas nos Estados Unidos e metade em euros já nos dá satisfação”, explica João Cortez de Lobão.
A empresa afirma-se como a empresa em Portugal com mais oliveiras, totalizando 1,3 milhões de árvores, e conta com 40 colaboradores, facturando anualmente cerca de oito milhões de euros. O presidente executivo explica que devido ao grande número de árvores conseguem obter uma melhor “racionalidade de custos e gestão logística”.