No decorrer da conferência “De Setúbal para o Mundo”, conferência promovida no âmbito da Semana do Mar no Fórum Municipal Luísa Todi, Lídia Sequeira, presidente da APSS, comentou que “melhorar acessibilidades do Porto de Setúbal é prioridade”, e que será através dessas melhorias que poderão dar o “salto de crescimento”.

“Com uma operação portuária de vocação eminentemente exportadora, é fundamental dotar o porto de capacidade para receber os modernos navios pós-Panamax, no sentido de permitir ir além dos 150 mil TEU de volume de carga anual, nível em que o Porto de Setúbal está há vários anos”, revela a presidente.

A administradora defende que esta acessibilidade é a aposta que permitirá criar maior competitividade, e enumera algumas das recentes apostas nesse sentido: “já concluímos a melhoria das acessibilidades ferroviárias dentro dos terminais, retomámos o transporte de veículos da Autoeuropa para o porto por via ferroviária e já estamos a desenvolver, em conjunto com as Infraestruturas de Portugal, o projeto de ligação do Porto de Setúbal à rede transeuropeia de transportes”.

| “Todos os projetos são decisivos para que a infraestrutura portuária possa contribuir ainda mais para o desenvolvimento da região e do país” – Lídia Sequeira, APSS.

A administradora defende ainda que para além das acessibilidades terrestres, é necessário reforçar a aposta também nas marítimas, para que possam receber navios maiores, pois “é igualmente decisivo melhorar as acessibilidades marítimas para podermos receber os maiores navios, crescer em volume de carga e não ficarmos condenados a receber apenas os navios antigos, mais pequenos”.

Rui d’Orey, da Orey Shipping, também suporta esta ideia, e comenta que “os portos nacionais têm vindo a crescer em volume de carga, mas não em número de escalas de navios, ou seja, o crescimento na carga faz-se através da utilização de navios cada vez maiores”, acrescentando que “sem capacidade para receber esses navios qualquer porto tem maiores dificuldades para crescer”.