Em 2018, o Ministério da Saúde poupou cerca de 159,5 milhões de euros através do mecanismo de compras centralizadas, sendo que, de acordo com o Relatório de Aferição de Poupanças 2018, a maior poupança foi registada em 132,2 milhões de euros na área de compras de saúde, segundo o Jornal Público. Nesta lista estão incluídos medicamentos, dispositivos médicos, entre outros bens e serviços.

Entre o ano passado e 2017, houve mais instituições a recorrer às compras centralizadas, passando de 52 para cerca de 70. Registou-se ainda um aumento na quantidade de bens e serviços de saúde, que foram superiores a 16%, de acordo com o documento dos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS).

Apesar deste incremento, o valor global da poupança de 2018, onde estão inseridas as compras relacionadas com a saúde, a aquisição de bens transversais como electricidade, frota ou combustíveis, e compras internas da SPSM, foi inferior aos valores conseguidos em 2017. Nesse mesmo ano, foram poupados 170 milhões de euros.

Artur Mimoso, vogal dos SPMS, explica a diminuição da poupança no ano de 2018 “existe um ajustamento do preço de mercado. Chegámos a um ponto em que não se pode baixar mais o preço para não degradar a qualidade e para evitar que procedimentos de compra fiquem desertos e com isso criar problemas de abastecimento”. No entanto, refere que o valor economizado é significativo.

No que diz respeito às aquisições na área da saúde reprodutiva, afirma que foram conseguidas poupanças próximas dos três milhões de euros. As bombas de insulina rondaram os 2,5 milhões e, na área do VIH/sida, pouparam-se 24 milhões. “Toda esta poupança devia ser investida novamente na saúde, permitindo mais acesso, maior abrangência e mais cuidados de saúde”, explica Artur Mimoso.

Os medicamentos biossimilares (fármacos semelhantes aos medicamentos biológicos ma mais baratos), também tiveram impacto no valor poupado. No entanto, a Associação Portuguesa de Medicamentos Genéricos e Biossimilares, queixa-se da planificação dos concursos, referindo que quem concorre, tem de ter stock sem a certeza de quem ganha, gerando investimento desnecessário.