Foi levado a cabo o Port Innovation Barometer, um estudo feito pelo Erasmus Centre for Business Innovation que envolveu aproximadamente 4.500 estabelecimentos comerciais (dos quais 900 no porto de Roterdão), conduzido pelo SmartPort e pela Autoridade do Porto de Roterdão, que concluiu que, em termos de inovação, as empresas portuárias têm vindo a conseguir acompanhar a média nacional.
“Este estudo mostra mais uma vez que as empresas que respondem de forma inovadora às mudanças que vêm na sua direcção estão mais bem equipadas para servir os seus clientes existentes e novos. A SmartPort está a trabalhar com empresas do porto para obter informações decisivas baseadas em pesquisas científicas. Isto implica a criação de conhecimento e o impacto dos desenvolvimentos a longo prazo, como a transição energética, o clima, a digitalização e a automatização. No Port Innovation Barometer, os pioneiros da inovação sublinham o valor acrescentado de alianças como o SmartPort”, destaca Elisabeth van Opstall, managing director do SmartPort.
Segundo revela o estudo, a digitalização irá ter um grande impacto estratégico nas estratégias e operações nos próximos cinco anos. Também de grande relevância, destacam-se os desenvolvimentos nos transportes autónomos e semi-autónomos, a electrificação de processos, a utilização de matérias-primas biológicas e, em menor escala, a impressão 3D.
A maioria das empresas revela que os desenvolvimentos tecnológicos têm tido um papel importante para as ideias inovadoras em termos de produtos e serviços para o mercado, ou apresentado grandes oportunidades para o sector. No caso da área dos serviços de logística, especificamente, 79% concorda com esta afirmação, e no do shipping, 75%.
O estudo diz que a performance do top 25% de empresas inovadoras (os “inovadores”) foi comparado com os 25% inferiores (os “retardatários”), e em termos de rentabilidade, volume de negócios e crescimento de lucros, esta diferença é superior a 10%. “Em média, os inovadores pontuam 29% mais em termos de atrair novos clientes e experienciam uma média de 23% mais crescimento de quota de mercado”, pode-se ler no relatório.
O grupo de inovadores em geral gasta significativamente mais em I&D e em tecnologias de informação e comunicação, e mesmo em factores não tecnológicos os retardatários ficam para trás, com os vanguardistas a liderar em áreas como a orientação empreendedora, a introdução de novas práticas de gestão, de RH inovadoras e a forma de colaboração com as partes externas. Segundo os resultados, estes e outros factores não tecnológicos contribuem, em média, duas vezes mais para a capacidade global de inovação das empresas.
As indústrias de fabrico marítimo e offshore e de hidráulica húmida formam o cluster mais inovador na região do porto de Roterdão, e em especial, fornecedores marítimos. Outros sectores de inovação incluem negócios não-marítimos, serviços financeiros e de IT, bem como operadores logísticos.
Em termos de inovação, a maioria das empresas revela ter a intenção de apostar nesta vertente, mas os resultados mantêm-se semelhantes aos apresentados há cerca de 10 anos, estabelecidos nos 55%. Um terço das empresas tem um departamento independente ou uma unidade com finalidade de inovação, e 45% dedicou um ou mais funcionários para coordenarem especificamente as actividades de inovação, com o objectivo de melhorar a qualidade dos produtos ou serviços actuais, mas a maioria das empresas portuárias admite que tem dificuldades em encontrar e atrair trabalhadores adequados no mercado.