O Ministério dos Transportes do Brasil e as autoridades chinesas estão a estudar a possibilidade de utilizar a ferrovia para escoar a produção e facilitar o transporte entre o mercado asiático e sul-americano. O investimento estimado supera os 10 mil milhões de dólares, e irá reaproveitar trechos rodoviários já existentes, atravessando a Bolívia e o Peru.
O acordo que prevê o início dos estudos técnicos sobre a construção do corredor ferroviário interoceânico foi formalizado ontem, dia 7 de julho, na capital brasileira. As pesquisas serão conduzidas pela Infra S.A. e pelo China Railway Economic and Planning Research Institute, sendo realizados ao longo dos próximos cinco anos, com possibilidade de prorrogação.
A intenção entre as partes é conectar as ferrovias brasileiras de Integração Oeste-Leste (Fiol), Centro-Oeste (Fico) e Norte-Sul ao recém-inaugurado porto de Chancay, no Peru, através de investimento chinês. Espera-se que a nova ferrovia reduza em até 12 dias o tempo de transporte de cargas para o mercado asiático, reposicionando o país em termos de comércio internacional.
Leonardo Ribeiro, secretário nacional de Transporte Ferroviário, destacou que esta parceria é um passo estratégico para resolver os gargalos na infraestrutura de transporte do Brasil.
Serão cerca de 4.500 quilómetros de corredor ferroviário para conectar os oceanos, desde Ilhéus (Bahia) até Rio Branco (Acre), cruzando a Cordilheira dos Andes ampliando o comércio, que não só passará pelas suas extremidades, como também pelo acesso de vários estados ao longo do corredor.
Nesse sentido, o governo brasileiro também está a desenvolver um corredor rodoviário para ligar o Mato Grosso do Sul aos portos do Chile, ampliando ainda mais as oportunidades de comércio desta região.