Sob o mote ‘Portugal Market Outlook 2023 – Reshaping the Future’, a CBRE apresentou as principais tendências do setor imobiliário para 2023 nas suas diversas áreas de investimento. No segmento da logística, antecipa-se uma absorção de espaço no patamar dos 400.000 m2.
A pandemia impulsionou a logística com níveis de ocupação a superar pelo segundo ano consecutivo os 400.000 m2 em Portugal, atingindo no final do ano de 2022, os 410.000 m2, a dispersar-se para fora da Região de Lisboa.
Francisco Horta e Costa, Managing Director da CBRE Portugal, declarou que “se olharmos para o mercado de investimento mobiliário, o setor de logística foi responsável por cerca de 700 milhões de euros de investimento, o que é absolutamente inédito em Portugal e mostra bem o que é que os investidores de longo prazo de produto de rendimento estão à procura e que acreditam muito na resiliência e no crescimento do setor da logística. Mas, também, da absorção de espaço que não tendo sido um ano tão bom como 2021, foi um ano muitíssimo bom”.
A CBRE tem, ainda, conhecimento de diversas procuras, que acumuladas excedem os 500.000 m2, sustentando a expectativa de uma absorção novamente no patamar dos 400.000 m2 em 2023. Contudo, a principal limitação continua no lado da oferta. A oferta nova, apesar de ter duplicado nos últimos dois anos é ainda muito inferior à procura.
Não obstante, continuam a ser desenvolvidos projetos à medida do ocupante, mas surgem mais projetos de construção especulativa. Existem 207.000 m2 de construção especulativa prevista para 2023, dos quais 185.000 m2 ainda não têm ocupante. No entanto, a maioria destes espaços só deverão estar concluídos no final do ano e a disponibilidade é praticamente inexistente. Deste modo, uma ocupação ao nível de 2022, só seria possível com projetos de ocupação própria e pré-arrendamentos.
A disponibilidade vai manter-se residual, o que sustenta a trajetória de crescimento das rendas, prevendo-se aumentos na ordem dos 5% a 10% nas diversas zonas de Lisboa e Porto onde surge uma nova oferta. A renda de big box deverá atingir os 5€/m2/mês.
Além disso, a expansão do stock de logística para fora das suas localizações mais tradicionais vai intensificar-se, com a promoção de projetos de grande escala. Depois da VGP ter desenvolvido um projeto em Santa Maria da Feira, também a Norte, a Panatonni, conta com um projeto de licenciamento em Valongo. Já em Santarém (centro), a Mercadona está a desenvolver uma plataforma logística e a Sul decorrem projetos em Sines e Grândola.
De facto, existem menos oportunidades para investir, mas o investimento será ainda elevado com a rotação de portefólios, operações de forward purchase e negócios de sale & leaseback, nomeadamente em ativos industriais.