Os CTT estão em negociações para criar um novo veículo de gestão imobiliária. No entanto, a identidade do investidor independente não foi revelada, apesar de se saber que este portefólio conta com 410 imóveis de retalho e logística, avaliados em 134 milhões de euros.
A empresa referiu num comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), que depois de várias partes terem demonstrado interesse neste processo, “entraram em negociações exclusivas com uma terceira parte com vista à criação de um veículo especial para deter e gerir o portefólio de retalho e logística dos CTT, o qual será maioritariamente detido pelos CTT”, por esta apresentar “uma oferta mais adequada”.
Desta forma, a empresa explica que “os CTT pretendem acelerar o processo de criação do veículo a ser objeto de investimento por parceiros institucionais e ‘family offices’ e administrado por um gestor de ativos especializado e independente”.
Os seus principais objetivos, além da separação de cerca de 400 imóveis, tanto de retalho como operacionais “cristalizando o seu valor”, são otimizar o retorno da gestão dos imóveis não utilizados e vagos, e, ainda, criar um veículo para “financiar o potencial de crescimento para futuras oportunidades de construção de uma rede logística para os CTT”.
A gestão dos ativos imobiliários irá ser feita através de duas carteiras diferentes. Primeiramente a do portefólio de rendimento, de que fazem parte as lojas próprias dos CTT, como ainda armazéns e centros de logística ou distribuição que constituem a rede de logística da marca ao longo de todo o território nacional.
“O portefólio de rendimento compreende cerca de 400 imóveis localizados em Portugal com um valor contabilístico líquido de 110 M€ e uma área bruta locável (ABL) de cerca de 240 mil m2” explica a operadora postal, acrescentando que “o referido portefólio de rendimento inclui ainda potenciais oportunidades de expansão, nomeadamente na rede logística, em Portugal e Espanha (oportunidades de expansão build-tosuit)”.
Já o portefólio de desenvolvimento compreende os imóveis que estejam situados em áreas com potencial para projetos de desenvolvimento de uso misto e que podem vir a tornar-se “num futuro próximo”, não essenciais para as redes de logística dos CTT.
Além disso, “cada um dos imóveis do portefólio de desenvolvimento será considerado autonomamente, com base no calendário para vir a tornar vagos os ativos, nas potenciais oportunidades de desenvolvimento que possam existir ou surgir, e nas características específicas de cada imóvel”.
Por fim, este ainda será constituído por 10 imóveis localizados em Portugal, com um valor contabilístico líquido de 24 milhões de euros.