O maior acordo britânico da última década estabelece uma fusão entre as redes de supermercados rivais J Sainsbury PLC (Sainsbury’s) e Asda Logistics Services, esta última pertencente ao grupo da multinacional Walmart. As marcas, que ocupam os segundo e terceiro lugares no topo dos melhores retalhistas do mercado inglês, anunciaram que vão fundir as redes de supermercados na “Combined Business” (ou “Combination”, como será conhecida), de forma a tentarem combater a grande multinacional Tesco, que lidera actualmente. Este investimento está estimado em cerca de 7,3 mil milhões de libras (mais de 10 mil milhões de euros) na compra da Asda por parte da Sainsbury’s, e irá trazer grandes implicações logísticas.
Segundo um comunicado no site da Sainsbury’s, 42% do capital partilhado da Combination irá pertencer à Walmart, recebendo ainda cerca de 3 mil milhões de libras pelo novo negócio, que seria liderado pelo CEO da Sainsbury’s, Mike Coupe. As receitas combinadas estimam-se nos 51 mil milhões de libras, obtendo uma quota de cerca de 31% do mercado.
Após o Brexit, e com a expansão dos supermercados de descontos do retalho, como é o caso do Aldi e do Lidl, os quatro grandes retalhistas do Reino Unido (Sainsbury’s, Asda, Tesco e Morrisons) têm vindo a perder uma quota de mercado combinada nos últimos anos, especialmente porque muitos dos fornecedores foram obrigados a aumentar o preço devido à desvalorização da libra.
Coupe afirmou que não se encontravam em risco o fecho de lojas, tanto da Asda como da Sainsbury’s, ou funções internas nas lojas, mas não se pronuncia quanto aos restantes empregos e serviços, onde provavelmente irão ter de cortar nas despesas. No que diz respeito à supply chain, nomeadamente os centros de distribuição, é também provável que sejam reduzidos, mas ainda não existem números estimados. A Sainsbury’s e a Argos, juntas, operam 34 centros de distribuição, e a Asda outros 39, de modo a abastecerem as 2.800 lojas que detêm em conjunto, enquanto a Tesco apenas conta com 23 centros para suas 3.400 lojas.
A venda de alguns centros de distribuição poderia ser uma grande vantagem para as empresas, visto que os benefícios não seriam apenas do ponto de vista operacional, pois os valores de aquisição dos imóveis dispararam nos últimos anos devido ao aumento da procura causado pelo e-commerce.