O mais recente estudo da Intrum, o “European Payment Report 2025” (EPR), revela um agravamento dos prazos médios de pagamento do setor público, e o setor mais penalizado é o de Transportes e Logística.

Segundo os dados recolhidos, em 2025, o tempo médio de pagamento do setor público é de 73 dias, tendo registado um aumento face aos 68 dias, no ano passado. Este crescimento representa um agravamento global dos prazos de pagamento de 7,4%.

Os atrasos de pagamento das entidades públicas afetam as várias áreas de atividade de forma distinta, com alguns setores a registarem aumentos nos prazos de recebimentos expressivos, e outros a apresentarem melhorias relevantes.

Os setores dos Transportes e Logística, Farmacêutico e Telecomunicações mantêm os prazos de pagamento acima da média e registam aumentos significativos. O setor da Construção destaca-se com maior melhoria relativa, reduzindo o prazo de 36,9% face aos 123 dias de 2024, embora continue acima da média (78 dias).

Em comunicado, a Intrum refere que “a elevada disparidade entre setores revela falta de uniformidade nas práticas de pagamento do Estado e reforça a necessidade de políticas públicas que promovam maior previsibilidade, transparência e responsabilidade nos compromissos financeiros do setor público”.

De acordo com o relatório, nos últimos cinco anos, em 2020 registaram-se piores resultados do que no ano corrente, com o Estado a pagar, em média, 76 dias a pagar aos seus fornecedores, face aos atuais 73.

“O agravamento dos prazos médios de pagamento no setor público é um sinal preocupante que impacta diretamente a saúde financeira das empresas fornecedoras, sobretudo as PME, que enfrentam dificuldades acrescidas para manter a sua liquidez e capacidade operacional”, afirma Luís Salvaterra, diretor-geral da Intrum. Acrescenta que este aumento cria um “efeito dominó”, atrasando investimentos e o crescimento económico. “O nosso apelo às entidades públicas é que adotem medidas mais rigorosas de controlo e antecipação dos pagamentos, que podem passar por prazos máximos legais, penalizações por atraso ou a criação de plataformas de pagamento automático.”