Após os supermercados do Reino Unido terem racionado a venda de vegetais, como tomates, pimentões, pepinos e alfaces, derivado do mau tempo que impactou a produção em Espanha e no norte de África, o país prepara-se para uma nova escassez, desta vez de peras e maçãs.

De acordo com o The Guardian, os produtores britânicos plantaram menos um terço das árvores necessárias para manter os pomares, uma vez que os valores pagos pelas cadeias de distribuição não cobrem todos os gastos. Desta forma, os consumidores deverão dar por falta destes produtos, uma vez que se esperam algumas falhas de abastecimento.

Para manter os cerca de 5.500 hectares de produção é necessário plantar, a cada ano, um milhão de novas árvores, segundo Ali Capper, responsável da associação comercial que representa os produtores de peras e maçãs no Reino Unido, que engloba 80% da indústria.

Este ano, os agricultores tencionavam encomendar apenas 480.000 macieiras e pereiras, mas acabaram por reduzir ainda mais o número de árvores, para 330.000. A principal razão para a falta de investimento tem a ver com a insustentabilidade do retorno dos supermercados, indica Ali Capper.

A Grã-Bretanha estava já a enfrentar escassez de vários hortofrutícolas, o que levou cadeias como a Tesco, Asda e Aldi a limitarem as compras por consumidor de, por exemplo, tomates, pepinos e pimentos.

Além do frio em Espanha e no norte de África, com consequências diretas na produção, os produtores britânicos e holandeses também cortaram o fornecimento ao país, já que os supermercados não pagaram o aumento do custo de aquecimento dos espaços de produção. O The Guardian adianta ainda que outro dos fatores apontados para esta dificuldade no abastecimento de produtos hortofrutícolas é o Brexit, que passou a colocar o país no “fim da fila” para os exportadores dos restantes países.