No universo das empresas comerciais em Portugal, as mulheres representam 41,5% de um total de cerca de 2,8 milhões de empregos, valor que recuou 1 pp (ponto percentual) desde 2019. Os dados são do estudo ‘A Diversidade de Género nas Empresas em Portugal’ da Informa D&B e mostram também que, nos cargos de topo e de liderança, a representação feminina é ainda bastante minoritária.

A igualdade de género é um dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas, dando às empresas um papel especialmente relevante neste tema, quer no acesso ao trabalho, quer na presença em cargos de maior responsabilidade. 

Em Portugal, não existem grandes diferenças de género na população ativa. Onde estas diferenças são muito notórias é nos cargos de gestão, direção e liderança. Apesar da evolução registada nos últimos anos e do facto das mulheres corresponderem a cerca de 60% de todos os licenciados, a sua representação nestes cargos está ainda muito longe da paridade.

Nos cargos de direção, cargos de gestão e cargos de liderança*, a situação da participação feminina praticamente não mostra evolução face a 2019, com a representação de mulheres nestes cargos a registar, respetivamente, 28,3% (+0,1pp), 29,7% (-0,2pp) e 26,8% (+0,2pp). Em 2021, nas quase 40 mil empresas criadas em Portugal, 27% têm liderança feminina, valor 1 pp superior ao de 2019.

As presidências dos Conselhos de Administração das sociedades anónimas são ocupadas por mulheres em apenas 16,4% dos casos, que corresponde aos mesmos valores registados em 2019. Os cargos de Direção Geral são ocupados por mulheres em 13,1% dos casos, mais 1,7pp que em 2019.

Nas empresas cotadas, a representação de mulheres nos conselhos de administração é de 22,6%, apesar da lei de 2017 que prevê a representação equilibrada entre mulheres e homens nos órgãos de administração e de fiscalização das entidades do setor público empresarial e das empresas cotadas em bolsa. Estes valores da representação feminina, ainda que não atinjam sequer um quarto da representação, traduzem uma evolução positiva, já que há 10 anos, em 2011, era de apenas 5,7%. 

Segundo Teresa Cardoso de Menezes, diretora geral da Informa D&B, ‘a igualdade de género é um dos objetivos de desenvolvimento sustentável que as Nações Unidos atribuíram às empresas, exigindo-lhes um sério compromisso com a mudança; com o conhecimento que a Informa D&B tem do tecido empresarial, queremos contribuir para esta mudança, mostrando as realizações das empresas que caminham nesse sentido.’