O último relatório apresentado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) revela que, durante o último trimestre, as fábricas europeias tiveram atrasos na cadeia de fornecimentos, tendo retirado cerca de 2% ao crescimento da Zona Euro no final de 2021.

De acordo com o FMI, o encerramento de fábricas responde por cerca de 40% dos congestionamentos observados no último trimestre de 2021, sendo este o principal motivo da quebra nas cadeias de abastecimento. A crise no mercado de trabalho e a falta de mão de obra causaram 10% dos problemas, e os restantes 50% correspondem a questões como infraestruturas inadequadas e fenómenos naturais.

“A maioria das ruturas será transitória, mas algumas podem levar muito tempo para desaparecerem”, afirma o FMI, especulando que as interrupções na cadeia deverão permanecer até 2023.

Cada país e cada setor tem sofrido os impactos na cadeia de forma diferente. Em países com economias mais resilientes, a produção industrial foi mais fraca durante grande parte de 2021, como é o caso da Alemanha e do Japão, e a recuperação já se mostra em países como o Reino Unido e Espanha.

Os atrasos na cadeia de abastecimento pressionaram o aumento dos preços, ao que se juntou a subida do custo da energia. O incremento da procura tornou o problema mais visível. O FMI afirma que, a médio prazo, o preço das mercadorias manter-se-á alto.

“O apoio fiscal está em declínio, mas a recuperação dos mercados de trabalho, para não falar de uma grande reserva de poupança forçada acumulada durante a pandemia, continuará a impulsionar a procura”, refere o relatório do FMI, que recomenda a flexibilização temporária dos horários portuários, a racionalização dos procedimentos aduaneiros e a maleabilidade dos regulamentos de imigração, para aliviar a escassez de mão-de-obra.