Está desbloqueada desde ontem, domingo, a ponte Ambassador que liga o Canadá aos Estados Unidos, pondo fim a seis dias de protestos por parte de camionistas. O bloqueio interrompeu o trânsito na principal via de transporte rodoviário de produtos e bens do continente norte-americano e pela qual passam cerca de 25% do comércio entre os dois países. 

Alguns camionistas, alheios ao protesto e que pretendiam cumprir o serviço, foram obrigados a optar por um desvio para uma ponte um pouco mais de 100 quilómetros a norte, o que se traduziu em mais cinco horas de percurso face ao trajeto habitual.

O protesto do apelidado “comboio da liberdade” começou a 28 de janeiro e, de acordo com o jornal “The Star”, pode ter custado 275 milhões de euros/dia às duas economias norte-americanas, com impacto sobretudo no comércio agrícola e na indústria automóvel.

O protesto bloqueou uma importante via para a indústria automóvel americana, que liga Windsor, no Canadá, à cidade americana de Detroit, no Michigan, gerando ainda mais tensão no setor já afetado pelos baixos stocks e por problemas na cadeia de abastecimento.

Fabricantes como Ford, GM, Toyota, Honda e Stellantis foram os mais afetados e todos cancelaram turnos ou reduziram a capacidade de produção das suas unidades fabris. “Esta interrupção na ponte Detroit/Windsor prejudica clientes, trabalhadores, fornecedores, comunidades e empresas em ambos os lados da fronteira, que já estão há dois anos a lidar com falta de peças devido à questão global da falta de semicondutores, COVID e muito mais”, disse num comunicado a Ford, que confirmou ter duas fábricas a laborar com capacidade reduzida, a que se juntava a do Ohio.