No contexto da tese de mestrado de Ricardo Lavado, country operations manager do Nors Group, em Ciências Empresariais – ramo de Gestão Logística, o estudante do Instituto Politécnico de Setúbal e profissional do sector com quase 20 anos de experiência realizou um estudo junto dos operadores logísticos em Portugal para analisar a importância, capacidade e serviços dos operadores logísticos, e compreender melhor o enquadramento da função logística nas empresas nacionais. O estudo “Avaliação aos Operadores Logísticos Portugueses” contou com o apoio Associação Portuguesa de Operadores Logísticos (APOL) e com a Supply Chain Magazine como media partner.
A tese foi realizada devido à tendência mundial de as empresas recorrerem a soluções de outsourcing, e Ricardo Lavado aponta que os factores que influenciam a selecção dos Operadores Logísticos por parte das empresas são que estes lhes permitam entrar em novos mercados, reduzir os riscos de investimento financeiro associados à propriedade dos activos logísticos (transportes e armazéns) e coordenar produtores e distribuidores dentro de uma visão global.
Como objectivo, o responsável explica que este estudo tem por base dados de 2019 e que “visa recolher informação concreta sobre o sector no país, nomeadamente os serviços prestados, as infra-estruturas logísticas existentes, a capacidade de armazenagem, os sistemas de informação utilizados, o número de colaboradores e a tipologia de clientes/sectores de actividade”, e que pretendeu apresentar uma análise e caracterização das empresas do sector a operar em Portugal, vindo assim actualizar o anterior estudo “Operadores Logísticos 2015”.
Numa primeira fase, foi necessário identificar os Operadores Logísticos de acordo com os CAE (Classificação de Actividade Económica) identificados através do portal SABI, resultando dessa pesquisa 15.513 operadores. Na fase seguinte, em conjunto com a APOL, foi necessário analisar e reduzir esse número inicial de operadores que reuniam as condições identificadas nos CAE, tendo sido então seleccionadas 144 empresas. Por fim, foi feito um inquérito por e-mail com questões relacionadas com o processo de caracterização da empresa.
Das 144 empresas, 39 responderam ao inquérito, ou uma taxa de resposta de 27%, e de acordo com os critérios estabelecidos para operador logístico foram consideradas 28 respostas.
Os resultados obtidos foram divididos entre as principais actividades dos Operadores Logísticos:
– Logística Contratual
– Transporte
– Outras Actividades
– Temas Globais
– Organização do Transporte
“Em Portugal, questões económicas, falta de visão logística, ausência de apoio do Estado ou legislação desadequada e lobbies foram alguns dos principais constrangimentos identificados no estudo anterior pelos Operadores Logísticos. Actualmente como factor preponderante as contingências e impacto económico gerados pela pandemia mundial”, comenta Ricardo Lavado na sua tese, defendendo ainda que “não pode ser ignorada a intervenção decisiva das pequenas e médias empresas (PME)”, as quais representaram 96% das respostas ao estudo.
Também em termos evolutivos, face ao estudo anterior, que indicava que 31% dos casos contava com presença internacional através de meios próprios, enquanto que neste, 73% dos clientes são internacionais, dos quais 27% externos à UE, e que 60% das empresas clientes são PME portuguesas e das restantes 25% são pertencentes à UE e 14% externas à UE.
O estudo também salienta a falta de infra-estruturas logísticas no mercado imobiliário, especialmente a Norte do país, “o que condicionava fortemente o desenvolvimento de negócios nesta zona”, sendo a procura por outsourcing logístico crescente. “Conforme demonstrado trata-se de um ponto que pelo menos em número de instalações, existe uma evolução positiva nesse sentido”, afirma Ricardo Lavado.
Face ao estudo com dados de 2015, a importância dada aos sistemas de informação continua alta, tendo sido destacados neste estudo os pontos relativos à Proposta de Valor; Factores de principal importância relativamente à capacidade para acompanhar o crescimento das empresas que contratam o serviço; e Principais preocupações dos Operadores Logísticos.
56% das empresas mencionaram uma capacidade de até 20 mil metros quadrados, e em termos de frio positivo, 69% destas empresas aponta que em comparação com o frio negativo este valor é menor.
Poderá aceder ao estudo em maior detalhe brevemente na nossa revista.