Nem o Brexit foi capaz de separar as relações comerciais de centenas de anos entre Portugal e o Reino Unido. O mercado nacional continua, ainda hoje, a atrair os investidores britânicos da área têxtil, nomeadamente em termos de fornecedores, para quem o mercado inglês não é novidade. Numa das maiores feiras inglesas, Pure London, já se encontram empresas portuguesas, e vários interessados procuram-nas cada vez mais, e o contacto pessoal é mais aliciante no momento de fechar negócio.
A Pure London lançou este ano o espaço Origin, de modo a criar um contacto directo entre os produtores e os compradores visitantes. A organização espera que os dedicados à confecção aproveitem esta oportunidade de se encontrarem em contacto com as mais de 800 marcas que passarão pelo evento no decorrer dos três dias de evento, e estima que pelo menos metade irá visitar este espaço. O evento estará de regresso em Julho, encontrando-se nestas iniciativas um programa de compradores VIP e a peça central do evento, uma passerelle onde se pode ver as últimas tendências. “Já temos portugueses, mas queremos ter o maior número de países possível”, conta Myriam Carnot Osborn, da equipa da feira de Londres.
Helena Fernandes, da Câmara do Comércio Luso-Britânica (CCLB), conta que o comércio têxtil é importante para o mercado britânico. “A moda, para eles, é um mercado inovador. Gastam em média acima de 100 euros por mês em vestuário, sendo que mais de metade não é usada, mas eles gostam, mesmo assim, de mudar. Uma parte destas pessoas que deitam fora é por nódoas, querem libertar espaço”.
Julie Driscoll, da Ascential, destaca a ética e a sustentabilidade dos fornecimentos têxteis portugueses, “Quando pensamos em Portugal é de forma positiva e pode dizer-se que os fornecimentos são sustentáveis, transparentes e com processos de produção éticos”, afirma, mas garante aos presentes que a falta de ética na cadeia de aprovisionamento não é alarmante. “Eu acredito que Portugal tem uma história a contar”.