A maior cervejeira do mundo, a belga AB InBev, diz que desenvolveu uma técnica para gerar bolhas de gás necessárias para a maltagem de grãos antes da fermentação, sem a necessidade de ferver a água e o lúpulo. Segundo afirma, está é uma maneira mais ecológica de colocar bolhas na cerveja e reduzir as suas emissões de CO2 em 5%. A novidade foi avançada pelo The Guardian.
A AB InBev revelou que são quatro anos de testes, primeiro em Leuven, a leste de Bruxelas, e depois numa escala maior em duas fábricas no Reino Unido e que o método desenvolvido não prejudica o sabor final da bebida, além de se utilizar menos energia e água.
Os entendidos dizem que as bolhas são cruciais para determinar o sabor de uma cerveja. Tradicionalmente, as bolhas de gás nos estágios iniciais da fermentação são geradas através do processo de cozimento natural, exigindo níveis abundantes de água e calor. A AB InBev diz, no entanto, que é capaz de simular esses efeitos.
O novo método envolve aquecer as matérias-primas abaixo do ponto de ebulição e, em seguida, insuflar nitrogénio ou CO2 no tanque para criar bolhas e sem adulterar o sabor. A empresa alega que, como a cerveja é produzida a uma temperatura mais baixa na fase inicial, ela também pode permanecer fresca por mais tempo.
Este procedimento mais “verde” vai permitir à AB InBev reduzir suas emissões de CO2 em 5%. David De Schutter, director de pesquisas da empresa para a Europa, disse: “A nossa inovação é aquecer tudo até pouco abaixo do ponto de ebulição, o que proporciona 80% de economia de energia naquela fase. Há muito menos vapor liberado, o que permite gastar menos água. No nosso caso, conseguimos passar de 5% de água evaporada para menos de 1% ”.
Segundo a AB InBev quando adoptar esta técnica em todas as suas unidades de produção reduzirá as suas emissões globais de CO2 em 5% ao ano, ou seja, o equivalente ao consumo de energia de 120.000 famílias. Por outro lado, há estudos que sugerem que haverá 80% menos de evaporação como resultado de uma redução de 0,5% no consumo de água, “o equivalente a 1.200 piscinas olímpicas”.
A empresa espera que dentro de 10 anos a tecnologia já se tenha generalizado e prometeu continuar a investir em I&D para reduzir a sua pegada ecológica.