Somos descendentes de povos comerciantes e como tal, adoramos ao preço que nos é apresentado, negociar e obter um desconto, uma mais valia. No entanto para certos investimentos, não podemos só olhar ao que vemos diretamente, pois arriscamos a fazer um mau negócio.

Inicialmente criado na indústria IT para análise do custo de soluções de software, o TCO ou Total Cost of Ownership, é um método de análise financeira, que oferece um panorama geral dos custos diretos e indiretos de um bem ou serviço a adquirir, durante a sua vida útil.

Não apenas o valor de aquisição, mas igualmente o seu uso e o final da vida útil desse bem, de modo não só a estimarmos o verdadeiro investimento, mas a escolher a melhor oferta quando analisada mais do que uma proposta.
Se tivéssemos de representar o TCO e olhando a um caso prático, imaginemos agora, que somos responsáveis pela aquisição de novos assentos de avião, para uma companhia aérea.

Qual o custo do Investimento?

As Condições de Compra: seja o preço dos assentos e os custos de logística e distribuição;
Os Custos de Aquisição: custos de desenvolvimento interno (para adaptação dos assentos por exemplo), custos dos moldes, custos de qualificação e homologação, custos relacionados com stock, manipulação e receção e os custos financeiros relacionados com o capital investido.
Os Custos de Utilização: Inerentes à limpeza da cabine, limpeza dos assentos, manutenção e eventualmente análise do aumento ou diminuição do custo relacionado com consumo de combustível (devido ao peso dos assentos).
Fim de Vida Útil: Os custos relacionados com a renovação dos assentos e com a reciclagem dos mesmos.

Ao somarmos estes custos, temos o custo total no ciclo de vida útil (TCO) destes bens, que nos permite numa fase inicial, ter a verdadeira noção do Investimento necessário, e/ou tomar a melhor decisão de aquisição.

Claro está que não fazemos esta análise em todas as compras, mas deverá ser feita naquelas que possam envolver maiores investimentos.

Marco Gil | Head of Procurement | ENGIE S.A.