A empresa de curtumes Couro Azul, em Alcanena, anunciou que está a investir 10 milhões de euros na ampliação da zona de acabamento da pele e numa nova área de corte de couro, visando reforçar a sua capacidade produtiva, avançou a Lusa.

Pedro Carvalho, presidente do conselho de administração da Couro Azul, empresa do Grupo Carvalhos, disse à agência Lusa durante a visita do Primeiro-Ministro António Costa, que a nova área de corte se insere na estratégia de acrescentar valor à produção, sendo que 70% do couro é fornecido “em ‘kit’, como peça cortada”.

A necessidade de dar resposta aos clientes, entre os quais se encontram marcas de prestígio do sector automóvel, mas também da aeronáutica e da ferrovia, tinha obrigado já ao aluguer de um pavilhão com 5.000 metros quadrados, adiantou.

“Deveria investir-se na ferrovia, nos portos, para facilitar o escoamento dos nossos produtos. Fruto do grande esforço empresarial conseguimos ser competitivos, mas depois, em questões logísticas, não podemos esquecer que estamos numa ponta, longe do centro da Europa, onde estão os principais mercados”, salientou Pedro Carvalho

Concluídas as obras no próximo ano, o equipamento será transferido para a zona de produção da unidade principal, “para ganhar em termos de eficiência, de eficácia, para poder ganhar valor e aumentar a capacidade de corte, disse.

Com 530 funcionários e um volume de negócios que ronda os 70 milhões de euros, a Couro Azul exporta 87% da sua produção para 25 países, sublinhando Pedro Carvalho as condicionantes com que as empresas exportadoras se deparam, nomeadamente em termos logísticos e de licenciamento industrial. Em particular, lamentou que os empresários “não saibam quem os tutela em termos de licenciamento industrial” e que não sejam resolvidas questões de logística que afectam as empresas exportadoras.

“Deveria investir-se na ferrovia, nos portos, para facilitar o escoamento dos nossos produtos. Fruto do grande esforço empresarial conseguimos ser competitivos, mas depois, em questões logísticas, não podemos esquecer que estamos numa ponta, longe do centro da Europa, onde estão os principais mercados”, salientou Pedro Carvalho.