Segundo o recente estudo “Better Buying Purchasing Practices Index (BBPPI) Fall 2018” divulgado pelo just-style.com, mais de 55% dos fornecedores foram afectados pela alta pressão das estratégias de negociação de custos, o que representa um aumento em relação ao último relatório trimestral, lançado na passada Primavera.
Isto abrange o não pagamento de amostras (61,4%), os atrasos nos pagamentos (apenas 64,5% dos retalhistas e marcas pagaram grandes encomendas dentro dos calendários previstos) ou o não pagamento do preço total indicado na nota de encomenda (27,3%).
Outras táticas incluem exigir que o nível de preços se mantenha de ano para ano, sem ter em linha de conta a inflacção; a estratégia “pegar ou largar”, onde ou se aceita o preço definido pela marca ou retalhista ou se perde a encomenda e, por último, a comparação de fornecedores apenas com base no preço, desconsiderando a sua diversidade e diferenciação.
A iniciativa “Better Buying”, apoiada pela C&A Foundation e pela Humanity United, monitoriza e divulga os desempenhos e as análises sobre práticas de compra, permitindo que as tendências sejam conhecidas, o que proporciona aos compradores práticas úteis, para ajudar a melhorar o seu desempenho.
O mais recente relatório, com base nos dados recolhidos entre Maio e Agosto de 2018, revela que mais de 20% dos fornecedores apontaram que menos de 80% dos pedidos recebidos de retalhistas ou marcas apresentavam preços que cobriam os requisitos sociais, ambientais, de qualidade e outros. Um terço dos fornecedores (27,3%) afirma que os clientes não pagaram o preço total indicado na nota de encomenda. Além disso, quase 10% dos fornecedores referem que menos de 20% dos pedidos de compra dos seus clientes foram pagos na totalidade. As razões mais comuns apresentadas para o não pagamento na totalidade foram os atrasos ou reclamações, sem fundamentação, de defeitos de qualidade do produto e outras razões incluem a obrigação de contribuir para a abertura de uma nova loja, a remodelação de uma loja existente ou o lançamento de uma nova marca.
Em suma, o relatório conclui que quanto mais pressão as marcas e os retalhistas colocam na negociação dos preços, maior é a probabilidade do preço não cobrir todo o custo. É crescente, por isso, a necessidade de retalhistas e marcas garantirem que o processo de negociação promove parcerias justas e sustentáveis.
O relatório também apela aos retalhistas e às marcas que «parem de se focar na redução de custos sem considerar as implicações que estas têm para os fornecedores». Uma pressão financeira crescente nos fornecedores aumenta o risco de insucesso empresarial, rutura no aprovisionamento e catástrofes ambientais e humanas, afirmam os autores, sublinhando que «será impossível fazer melhorias tangíveis em salários ou condições de trabalho se os retalhistas e as marcas não reduzirem a pressão financeira colocada nos fornecedores».
O título deveria ser Más Práticas de Compras; já que não está a haver a preocupação com a saúde financeira dos fornecedores (impostos, salários, subfornecedores, qualidade; meio ambiente etc ); está a ocorrer forte descompromisso com as condições contratuais de pagamento; abuso do poder de “cliente” a exigir ainda nos dias de hoje, ajuda para abrir novas lojas ou remodelar alguma existente; Boas Práticas de Compras de facto passa um bocadinho longe dessas práticas citadas acima.