O 8º maior país exportador dos têxteis para a União Europeia está em crescimento e procura novos compradores para a sua capacidade produtiva, apresentando crescimentos anuais de 5% e exportando sem aplicar taxas para a UE. Também devido a isso, esta comunidade Europeia representa 70% das exportações deste país, dos quais 24% representam a têxtil, o que em valores monetários se traduzia em 2016 em 3 mil milhões de euros, valor que pretendem agora ultrapassar em mais um terço para alcançar os 4 mil milhões. Para tudo isto, o país pretende criar mais 100 mil novos postos de trabalho.

Começou ontem em Marraquexe a “Maroc in Mode”, uma feira internacional de dois dias que fora “o espelho dessa vontade de evoluir”. A organização do evento destaca em comunicado que “os desenvolvimentos digitais e a Indústria 4.0 mostram o quão importante é o sourcing em Marrocos para otimizar a cadeia de valor com o seu conhecimento na produção de fast fashion. As sobreproduções tornam-se mais calculáveis e as tendências de pico podem ser rapidamente reproduzidas. A fast fashion continua a ser um desafio estratégico para os retalhistas e marcas aumentarem a competitividade. A produção marroquina oferece as soluções apropriadas”.

Os produtores marroquinos procuram ser vistos como uma fonte de abastecimento das empresas, e para isso apostam na sustentabilidade. «Até 2030, 52% das necessidades energéticas do país serão cobertas por energias renováveis», refere também a organização do evento, acrescentando que “Marrocos está a entrar em novos territórios e a ser pioneiro na sustentabilidade”.

Com o tema da sustentabilidade, foi apresentado o Circular Textile Cluster, um projecto de desenvolvimento de produção sustentável, do qual irá resultar a construção de uma fiação para cuidar de fibras recicladas e criar uma unidade de reciclagem, de modo a haver um reaproveitamento de materiais reciclados, com a capacidade de tratar, anualmente, mais de um milhão de quilos de resíduos têxteis.