Os CEO de 22 gigantes do  comércio retalhista e grossista da Europa  enviaram uma carta aberta ao Conselho de Agricultura da União Europeia dizendo estar “preocupados” com o debate em torno da nova directiva europeia sobre as práticas comerciais desleais.

Os retalhistas acusam as “poderosas multinacionais do processamento alimentar” de manipulação e de transmitirem à opinião pública a ideia de que nas negociações de preços e nos contratos de fornecimento precisam de ser protegidas contra os retalhistas.

De acordo com os retalhistas, a nova directiva deve proteger os agricultores e pequenas e médias empresas produtoras na sua relação com os grandes compradores e a proposta de incluir os grandes fornecedores “iria criar um campo de batalha injusto”.

Entre os signatários desta carta aberta contam-se gigantes do retalho europeu como a Ahold Delhaize, Auchan Retail, Axfood, Carrefour, Colruyt Group, Conad, Coop Sweeden, Coop Denmark, Dagrofa, Edeka, ICA, Jerónimo Martins, Kaufland, Kesko, Lidl, Markant, Metro, Musgrave, Rewe Group, Sonae, Spar Austria e Salling Group.

A directiva que está a ser preparada pela Comissão Europeia, e que deverá entrar em vigor em 2020, pretende reforçar as medidas de protecção para os ‘elos mais fracos’ da cadeia de abastecimento alimentar, nomeadamente os pequenos agricultores. Mas as organizações que representam as empresas agroalimentares têm pedido uma norma que proteja todos os produtores alimentares, independentemente do tamanho.

Uma carta aberta assinada pela Copa-Cogeca, pela European Brands Association, pela EFFAT, pelo Fair Trade Advisory Office, pela Food Drink Europe e pela IFOAM EU defende que “deslealdade é deslealdade, independentemente do tamanho do negócio: todos os actores da cadeia de abastecimento alimentar devem ser protegidos das práticas desleais de comércio. Sem este princípio básico enraizado na política da União Europeia, qualquer actor pode encarar, de forma directa ou indirecta, os efeitos destas práticas desleais”.

Os retalhistas dizem agora que “não são o actor dominante da cadeia de abastecimento” e que “o sector caracteriza-se por elevados custos e margens pequenas”.