Segundo um estudo recente da consultora de recrutamento especializado Michael Page, as competências humanas continuarão a ser fundamentais não obstante os avanços tecnológicos no mercado de trabalho. Apesar dos desenvolvimentos na automatização e robótica, a tecnologia irá complementar, agilizar e redefinir os empregos existentes e não substituí-los, conclui. Em parceria com os analistas de tendências da plataforma Foresight Factory, a consultora identifica as principais tendências do local de trabalho a ter em atenção.

«A apreciação, a curiosidade, a determinação do sentido de situações complexas e a contribuição criativa não poderão ser substituídas por máquinas».

Vasco Teixeira, Manager da Michael Page Information Technology

CV do futuro: O formato tradicional deixará de existir. No futuro, este será um espaço interactivo e personalizado, impulsionado pela Inteligência Artificial (IA).

Inteligência Artificial emocional: Os avanços na Inteligência Artificial, estão a dar origem a uma nova geração de chatbots inteligentes, ou seja, programas de computador que simulam uma conversa, e plataformas automatizadas de contacto com o consumidor.

Competências fluídas (Liquid Skills): A evolução exponencial da tecnologia, obriga a que os indivíduos reforcem a sua flexibilidade e a adaptabilidade, desenvolvam novas competências (fomentadas pelos empregadores) e adotem novos locais de aprendizagem. Vasco Teixeira, Manager da Michael Page Information Technology em Lisboa, comenta: “à semelhança do que acontece com a evolução tecnológica, as competências fluídas necessitam igualmente de acompanhar a evolução do mundo corporativo. São, aliás, cada vez mais um requisito obrigatório no nosso mercado. A inteligência social é um bom exemplo desta nova realidade. A capacidade de um colaborador em conectar-se com os seus pares permite um maior nível de integração numa organização, criando relações de confiança e duradouras.”

Pirataria informática biológica: Desde implantes de microchips, que permitem aos colaboradores abrir portas, iniciar sessão em terminais ou pagar bens, às tecnologias vestíveis, espera-se um futuro em que a tecnologia irá pressionar o potencial da humanidade, refere a Michael Page.

Realidade aumentada como uma nova ferramenta de negócios: A nova tecnologia de realidade aumentada permite aos indivíduos obter experiências personalizadas. As equipas do futuro devem saber adaptar-se a um cenário de realidade mista e em colaboração digital.

O impacto dos robôs nos empregos: Embora os robôs e a IA venham a desempenhar muitas funções, humanos e máquinas devem cooperar e interagir para uma maior eficiência. Os robôs colegas ou “cobôs” serão uma realidade.

Cadeia de blocos: Protecção da vulnerabilidade dos dados. Segundo a Michael Page, a cadeia de blocos proporciona novas formas de armazenamento de informação (que devem estar em conformidade com o RGPD) de autenticar processos e de fazê-lo de forma transparente e segura.

Segundo Vasco Teixeira conclui “a apreciação, a curiosidade, a determinação do sentido de situações complexas e a contribuição criativa não poderão ser substituídas por máquinas”. Apesar de a Inteligência Artificial, automatização, robótica e tecnologias de melhoramento humano poderem oferecer novas formas para otimizar o negócio e estimular capacidades, as competências sociais e humanas serão sempre valorizadas.