A tecnologia blockchain tem sido alvo de grandes apostas por parte das empresas, e promete ir mais longe. Grande parte das empresas de topo já apostou nesta, de modo a criar uma transparência na cadeia de abastecimento, que é exactamente o que se pretende em áreas que envolvam saúde pública, como é o caso das áreas dos alimentos sólidos e líquidos. Nestes casos, é de conhecimento geral que se existir algum erro de produção que comprometa a saúde pública, é necessária a retirada imediata do mercado de toda a remessa afectada, e graças a esta tecnologia, isso é possível de acontecer.

Aparentemente, todos ficam a ganhar, mas como funciona exactamente tudo isto e porque é tão importante nestas áreas específicas?

Claro que vai muito para além destas áreas, a área farmacêutica também é uma das afectadas, tal como foi debatido no Pharma Supply Chain, evento dinamizado pela Supply Chain Magazine para as áreas da saúde e healthcare, mas para além das vantagens já referidas, poderemos encontrar muitas outras, tanto em termos de reforço positivo como de combate a problemas existentes, que deste modo não se verificam.

Uma das particularidades desta tecnologia é que nenhuma informação nela contida poderá ser removida ou alterada, pelo que ao mesmo tempo não só diminui o risco de contrafacção, cria uma facilidade no rastreamento no caso de ocorrer algum tipo de problema com uma remessa específica, bem como um maior controlo em toda a cadeia, desde a origem ao destino dos produtos, mas também leva a que existe uma confiança entre empresa, fornecedores e consumidores, que cada vez mais se preocupam com a origem e destino dos produtos que vendem e consomem, e é importante que as pessoas vejam o interesse e a preocupação das marcas em obter um maior rigor e uma determinada qualidade dos seus produtos.

Ao mesmo tempo que criamos uma maior transparência na cadeia de abastecimento estamos a criar segurança para todos, nomeadamente através da facilidade na rastreabilidade dos produtos, evitando surtos de intoxicações alimentares. A vice-presidente de blockchain da IBM, Brigid McDermott, recorda um surto de salmonela que ocorreu no verão do ano passado e afectou mais de 100 pessoas nos Estados Unidos. Conta que sem a tecnologia blockchain fora muito difícil de rastrear todos os produtos e levou cerca de dois meses até terem conseguido encontrar a sua origem, uma bactéria encontrada nas papaias provenientes de uma fábrica no México.