As bananas que para as crianças disparavam raios laser fictícios encontram-se agora a ser alvo dos mesmos por parte dos adultos. Parece ser uma eterna brincadeira cíclica, mas é na verdade uma forma revolucionária que a Laserfood, uma empresa espanhola, desenvolveu para marcar permanentemente as frutas e legumes vendidos em separado, substituindo as etiquetas que muitas vezes se perdiam antes de chegar ao ponto de venda.

De tanto descolarem, talvez seja desta vez que realmente descolam de vez e dão lugar à ideia patenteada da empresa valenciana, que procura melhorar o sistema de identificação e rastreamento dos produtos alimentares que requerem este sistema, e ao encontro dos desejos da empresa: propagar esta inovação para que seja uma referência no mercado agro-alimentar a nível mundial.

O sistema é simples: através de um sistema fotovoltaico a fruta é marcada na sua casca ou folha, não danificando o produto comestível, e funcionando inteiramente através de um sistema de luz evitam-se gastos com materiais poluentes como a tinta, cola e o plástico ou papel. A tecnologia aparece num momento em que grande parte dos retalhistas se encontra a reduzir drasticamente nos plásticos das suas superfícies comerciais, sendo uma clara aposta enquanto alternativa ao sistema tradicional.

A francesa Carrefour foi o primeiro distribuidor a nível europeu a utilizar esta tecnologia de modo a evitar fraudes nas lojas, nomeadamente para identificar as melancias de alta qualidade, que por vezes passavam como sendo de qualidade inferior, e hoje, todas estas frutas vendidas nas lojas espanholas da empresa se encontram identificadas através do sistema da Laserfood.

Inicialmente chamada Laser Mark, a empresa foi criada em 2007 por Jaime Sanfelix, fundador e CEO do grupo, que teve a ideia deste sistema quando procurava uma alternativa ao uso dos autocolantes nestes produtos. Actualmente, com um novo nome, encontra-se presente em Espanha, Holanda, França, Itália, Bélgica e Alemanha, ainda não tendo chegado a Portugal, mas a empresa acredita que é apenas uma questão de tempo até se implementar no mercado português.